Cada qual reage de um jeito ao perigo iminente. Mais do que isso,  cada um sabe o leque de seus perigos pessoais, o que lhe aterroriza, lhe mortifica, paralisa, deixa os medos à mostra.

Minha experiência particular é de não reação total, um completo estado de imobilidade que, no mínimo, irrita até o próprio agente do perigo. Mas também me irrita, me mostra que aceito como justa a ameaça que me chega, que obedeço a uma palavra ou não mais fortes do que as minhas.

Pais e filhos predadores…

Amizades predadoras…

Carreiras predadoras…

Amores predadores…

Palavras e promessas predadoras…

Sonhos, ilusões, momentos, olhares predadores…

…e a lista é interminável e muitas vezes inconfessável.

E sem nos aperceber, seguimos pela vida alimentando e engordando nossos predadores, aprendendo a não contrariar, a preferir a aceitação e a mudez, a anulação à reação.  Temos medo do que nos possa acontecer. Temos medo do abandono, da rejeição, do ridículo, da opinião e julgamento alheios, dos rompimentos.

Somos quase sempre assim, se não somos os predadores, somos as vítimas. E geralmente desempenhamos esse papel com um talento invejável, tanto que acreditamos ser um estado normal esse, de coração assustado, acelerado.

Mas, se um dia olhamos de frente para esse predador e resolvemos que não pode mais ser do jeito que é? Será que ele entende e se compadece? Temos tempo e vontade de aguardar pela mudança? Seria justo esperar que se pacifique o predador que nós mesmos alimentamos e fortalecemos?

E quantas vezes olhamos para dentro de nós mesmos e buscamos força? Mas será a força uma solução aceitável? Vamos travar duelos com nossos predadores? Se muitos deles nós amamos e queremos na nossa vida, o que fazer?

Talvez o caminho seja a conquista de um respeito que há muito se foi. O respeito que todos costumam bater no peito e anunciar que “é bom e eu gosto”. Sim e eu também gosto desse mesmo respeito e se preciso for, vamos mostrar como as  unhas estão afiadas para cada predador, para que pense duas vezes antes de vir para cima com todos os seus perigos.  Que considere vir para o lado, sem machucar, sem atropelar, pedindo a devida licença e aguardando a resposta.

E na dúvida, mostre sempre as suas unhas. Se for um predador, recuará. Se não for, dirá que estão bonitas. E ainda poderá vir a ser uma linda história!

Imagem de capa: Captblack76/shutterstock

Emilia Freire

Administradora, dona de casa e da própria vida, gateira, escreve com muito prazer e pretende somente se (des)cobrir com palavras. As ditas, as escritas, as cantadas e até as caladas.

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