Énia Lipanga

Capulana, um lindo poema da escritora moçambicana Énia Lipanga

Capulana

A semelhança dos teus traços de mamana
Que coberta de uma humilde capulana
Menina de cores d`Africa
Onde os paços que perfumam becos
Esbanjam beleza
Mucume disfarçado em natureza

Capulana,
Enrolando a moldura de curvas moçambicanas
Cobrindo as fofocas das mamanas
Que semeiam simpatia da nossa terra

Valorizando a postura
E criando sedução aos olhos da cintura
Capulanizando gostos
És de forma delicada enrolada em cérebros
Que moldam rostos

Viva, pois esta viva
De cor aos amantes
Mais vida, aos amores
Deixa e tape as colantes
E seduza nossos senhores

Assim como a cultura quando cose
Africanize as europeias de Moz
De como espelho as cocuanas
Que são fieis a marrabenta
E ignoram, o semba
Que valorizam suas tradições e
criam de volta da fogueira suas canções

Por baixo do que cobras
Há fogo,
Fogo que arde
Mulheres lindas, moçambicanas obras de arte
Que acolhem vida, vinda de qualquer parte

Capulana, capulana,
Siga todas a fulanas que te ti se abstêm
Capulana, capulana
Ame todas as fulanas
Que de ti são reféns

Énia Stela Lipanga

Foto de capa da matéria © Werner Puntigam

 

Enia Lipanga

Enia Lipanga, nasceu no dia 04 de Abril, é rapper, poetisa e activista social para a defesa dos Direitos humanos da Mulher e inclusão social. É mentora do Evento Palavras São Palavras, que há 12 anos, mensalmente, une a poesia e outras artes e promove novos talentos na área da poesia. Integra o grupo de RAP Revolução feminina, que insta as mulheres a se empoderarem bem como a lutarem pelos seus direitos, através da música e da poesia. Faz parte do Colectivo Uqhagamishelwano, um grupo de artistas e ativistas sociais do mundo que luta contra as práticas sociais nocivas. Énia lidera o movimento Incluarte que promove a inclusão das pessoas com deficiência através da arte. É embaixadora da Better World, uma agremiação de jovens e adolescentes que luta contra a violência sexual e busca soluções para mudanças de comportamento nas comunidades. É coordenadora e criadora do movimento Incluarte, que trabalha para conscientização social para uma arte mais inclusiva. Em 2019 Enia foi homenageada pela marca brasileira Gdarkestampas com a criação de uma linha de roupas inspiradas no poema Sou África. Foi nomeada como uma das 10 mulheres mais inspiradoras de Moçambique em 2018 pela Hamasa Magazine, uma revista tanzaniana. Tem dois livros publicados “Sonolência e Alguns Rabiscos” que é o primeiro livro de poesia em tinta e braille em Moçambique e Para Enxugar as Nódoas dos Meus Olhos publicado em 2020. Enia acredita numa juventude que luta pela igualdade e que entenda que o benefício é para a sociedade no geral pois uma sociedade precisa homens e mulheres para o seu desenvolvimento.

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