Marcel Camargo

Algumas pessoas se surpreendem quando as tratamos exatamente como elas nos tratam

Sabe-se lá por que razão, mas, muitas vezes, as pessoas nos tratam mal, com desdém, desprezo, enquanto continuamos tentando ser gentis e educados. Da mesma forma, poderemos ter estima em relação a alguém que nunca nos retornará na mesma medida. Encontraremos sempre indivíduos amargos e deseducados por aí, no entanto, o maior problema é sermos destratados por quem temos carinho sincero.

Talvez a causa mais frequente de se aceitar menos do que se merece seja não querer magoar o outro, não conseguir lidar com o fato de que nem todo mundo gostará da gente. Quando nos sentimos muito mal se alguém estiver chateado ou magoado conosco, dificilmente conseguiremos nos impor de alguma forma perante o outro, perante a vida em si.

Em certos momentos, teremos que ser antipáticos, que falar o que nos incomoda, que expressar o que sentimos, doa a quem doer. Isso não quer dizer que precisaremos ser grosseiros, mas significa que encontrar o nosso lugar no mundo e na vida de alguém também requer confrontos, requer dureza, pois é somente assim que deixaremos claros os nossos limites, principalmente para aqueles que não possuem limites com ninguém.

E, por incrível que pareça, a partir do momento em que retornarmos na medida exata do que nos oferecem, nada a mais, nada a menos, muitos se mostrarão surpresos com nossa atitude. E aqueles que nos destratam continuamente, assim que recebem de nós o reflexo deles próprios, sentem-se ofendidos, sem ao menos tentar refletir sobre o porquê de nosso comportamento. Seria demais esperar isso deles.

Não conseguiremos agradar a todos, tampouco seremos correspondidos, em nossos afetos, toda vez. Da mesma forma, não corresponderemos a todos aqueles que quiserem se relacionar de alguma forma conosco. A vida vai se desenrolando por meio de ajustes, encontros, desencontros, chegadas e partidas, algumas vezes serenamente, outras vezes sob turbulências. Cabe a nós saber quais terrenos merecem nossas sementes afetivas mais preciosas.

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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