Marcel Camargo

Vingue-se da maneira mais cruel que existe: deixe pra lá!

Não há quem nunca tenha imaginado uma forma de se vingar de quem aprontou alguma, para que a pessoa sofra na pele o que causou. Chegamos até a desejar-lhe o mal por um tempo, porque somos humanos e é isso que, num primeiro momento, a dor da decepção faz com a gente.

Quando nos traem, quando nos dizem barbaridades injustas, quando nos rejeitam, quando brincam com nossos sentimentos, enfim, toda vez que alguém de quem gostamos age de maneira vil conosco, sentimos uma dor imensa e, ao mesmo tempo, iniciamos a pensar em alguma forma de machucar de volta. Queremos que a pessoa sofra, assim como nós estamos sofrendo.

Felizmente, na maior parte das vezes, tais planos ficam somente na teoria, porque muitos de nós acabamos percebendo que de nada adiantaria fazer mal a quem nos magoou, porque estaríamos, inclusive, tornando-nos exatamente iguais ao que tanto repudiamos. Estaríamos nos rebaixando ao nível baixo de quem não é, nem nunca será feliz de fato. E isso não podemos nos permitir.

Uma vez ou outra, talvez não consigamos nos conter e então devolveremos alguma maldade na direção de quem nos machucou, pois não somos de ferro. Mesmo assim, o que mais irritará quem nos feriu sempre será a nossa indiferença – ao menos aparente -, pois pessoas maldosas se alimentam da raiva e da tristeza dos outros, portanto, não sejamos nós fonte de prazer para esse tipo de gente.

A melhor atitude a ser tomada, nesses casos, como se vê, será não demonstrar nada, ignorando o desafeto de uma vez por todas, ainda que, intimamente, a alma esteja alquebrada. Dessa forma, estaremos oferecendo a ele o contrário do que esperava e, por isso mesmo, a raiva, aos poucos, sairá da gente e permanecerá dentro dele. Porque é isso o que os maldosos merecem: exílio emocional, para que, quem sabe, possam vir a refletir sobre os danos que causam por aí – o que se é de duvidar. Deixemos a vida cuidar de cada um, pois nisso ela é incomparável.

Imagem de capa: Petrenko Andriy/shutterstock

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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