Enquanto o mundo discute racionamento, seca histórica e crise hídrica, pesquisadores brasileiros estão mirando para baixo — literalmente.
Sob a floresta amazônica, em camadas profundas do subsolo, foi descrito um aquífero tão gigantesco que ele muda completamente a escala do que a gente considera “muita água”.
Estimativas apontam que esse reservatório subterrâneo teria volume suficiente para abastecer a população mundial por algo em torno de 250 anos.
Esse gigante já tem nome: Sistema Aquífero Grande Amazônia (SAGA). Ele se estende do Equador, atravessa partes de Colômbia e Peru e alcança o norte do Brasil, especialmente a região do Pará, distribuído sob grandes bacias hidrográficas como Acre, Solimões, Amazonas e Marajó.
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Os estudos mais recentes calculam um volume de cerca de 162.520 km³ de água doce, o que faz do SAGA o maior aquífero conhecido do planeta.
Antes dele ganhar esse “título”, o destaque ficava com o Aquífero Alter do Chão, também na região amazônica, e com o Aquífero Guarani, que se espalha por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Alter do Chão chegou a ser apontado como o maior reservatório subterrâneo de água potável do mundo, com algo perto de 86 mil km³ e capacidade teórica de abastecer a humanidade por cerca de 500 anos.
Hoje, com as novas medições, entende-se que ele faz parte de um sistema ainda maior, o próprio SAGA, enquanto o Guarani aparece como segunda maior reserva.
Na prática, estamos falando de um “oceano subterrâneo” armazenado em rochas porosas, a grandes profundidades, sob uma das áreas mais sensíveis do planeta.
Essa água não está disponível como um lago gigante pronto para uso imediato: ela circula lentamente entre os poros das formações geológicas e depende de um equilíbrio delicado de recarga (chuva infiltrando no solo) e extração.
Qualquer uso em larga escala exigiria mapeamento detalhado, tecnologia adequada e muita cautela.
O próprio resumo dos estudos ressalta que a qualidade da água ainda é pouco conhecida, e que há perguntas em aberto sobre como explorá-la sem causar desequilíbrios.
É por isso que especialistas insistem que essa descoberta precisa ser tratada menos como “bilhete premiado” e mais como patrimônio estratégico.
Em um cenário global de aquecimento do clima, secas mais frequentes e pressão crescente sobre rios e reservatórios superficiais, ter a maior reserva subterrânea de água doce conhecida no mundo coloca o Brasil em posição de enorme responsabilidade.
Qualquer discussão séria passa por três eixos: proteção ambiental da Amazônia, regras claras de uso e fiscalização forte para evitar contaminação, superexploração e privatização descontrolada desse recurso.
Outro ponto chave é que aquíferos desse porte dependem diretamente da saúde da floresta e dos ciclos de chuva.
Desmatamento em larga escala, queimadas e mudanças no regime de precipitação podem comprometer a recarga natural do sistema ao longo das décadas.
Em outras palavras: não adianta comemorar o “cofre de água” se, ao mesmo tempo, se destrói a “fábrica” que garante que esse cofre continue sendo abastecido.
Nesse sentido, o SAGA funciona quase como um lembrete geológico de que a riqueza hídrica brasileira está colada à conservação da Amazônia — e que qualquer decisão apressada pode sair cara demais no futuro.
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Fonte: RAB
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