Marcel Camargo

Quanto maior a insistência, menor o amor próprio

É muito difícil termos a exata noção do quanto estaremos mantendo nossa integridade enquanto nos dedicamos ao parceiro, ao amigo, ainda mais quando parecemos doar muito mais do que recebemos em troca. Nem sempre a reciprocidade estará equilibrada nas relações que sustentamos, pois o outro tem a própria maneira de agir e de devolver o que recebe. Não nos esgotarmos em vão será, então, a nossa meta.

Nenhum relacionamento caminha com tranquilidade duradoura, pois lidamos com seres humanos, que pensam e sentem o mundo de uma forma peculiar. Da mesma forma, cada um entende e vive o amor como consegue, de acordo com o que possui dentro de si. Nesse sentido, não adianta querermos mudar as pessoas por completo, uma vez que se comportam conforme aquilo que acreditam e são.

Mesmo assim, para que mantenhamos relacionamentos saudáveis ao longo de nossa jornada, inevitavelmente teremos que nos moldar às diferentes situações que nos ocorrem, ou não conseguiremos conviver com quase ninguém. Ficar junto requer também abrir mão de algumas coisas, em favor de quem amamos. Infelizmente, muitos não conseguem abdicar de nada por ninguém, centrados que se encontram no próprio eu, nas próprias vontades, em estado de egoísmo puro.

Caberá a nós refletir e analisar o quanto temos de insistir para que o parceiro nos enxergue, para que o amigo nos chame para sair, para que o patrão nos dê um pingo de atenção. Quanto mais tivermos que insistir para que sejamos vistos, menos estaremos nos fortalecendo enquanto pessoa, enquanto alguém capaz de fazer por merecer pelo que é tão somente. Quem nos valoriza não precisa que sua atenção seja por nós chamada a todo momento.

Caso estejamos nos sentindo invisíveis, é chegada a hora de sair dali, para que possamos chegar a novos lugares onde o reconhecimento de tudo o que somos se dará tranquila e naturalmente. Nada cai em nossos colos do nada, ou seja, precisaremos nos esforçar para alcançarmos os nossos objetivos, porém, forçar situações apenas esgotará as nossas forças e, na maior parte das vezes, inutilmente. Lutar com dignidade, sim; insistir com mendicância, jamais.

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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