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Por que você não “fica” com pessoas em festas?

Me perguntam o porquê deu não gostar de “ficar” com pessoas aleatórias em festas… Estou solteira, então, por que não?

Nunca fiquei com ninguém que não conhecia. Sempre namorei (e comecei cedo!). Somando todos meus namoros, 50% da minha vida. Não me arrependo. Tenho muito amor pra dar. Gosto de cuidar. Gosto de ligações fortes e profundas. Não tenho isso em festas, em ficadas. Gosto de explorar o interior, o exterior, camada por camada. Gosto que me descubram, que me explorem e me ganhem pouco a pouco. Não gosto do que é superficial. Atração física é importante, é legal, mas é SÓ. Não me interesso por quem olha meu exterior, me interesso por quem eu sinto que está vendo algo além. Que casou com minha energia, mesmo sem entender exatamente o que está acontecendo. Não consigo me conectar com a capa. Eu me conecto com a energia: ela nunca mente.

Mas e a carência? Não existe carência física? SE EXISTE! A biologia não dá tréguas. Mês a mês. Mas minha carência dessa conexão profunda é mais forte e mais paciente do que a biológica. É ela que me governa. O desejo pelo que não se pode ver, pelo que se sente além do corpo, pelo que se fala além das palavras, pelo que se entende pelo olhar e se mistura com o cheiro e com o brilho em volta. Conexões mentais aliadas à química, minha NOSSA. Isso sim é do que gosto. Se um dia eu sentir isso em alguém que queira uma “ficada”, não pensarei duas vezes. Embora ache muito improvável, pois conexões mentais envolvem um processo de descobrir o outro, de passar horas e horas conversando, trocando ideias, sem ver o tempo passar. Se tiver um vinho então!

Posso ter muitos defeitos, mas não sou uma pessoa rasa. Não gosto de coisas rasas. Não gosto de pessoas rasas. Respeito quem gosta! Sem preconceitos. Mas não me obrigue a ser algo que não sou.

Surpreende-me o fato de, após dois namoros longos, me encontrar numa das fases mais românticas da minha vida, mesmo sozinha. “Mas o que houve com seu namoro?” Acabou. O ciclo fechou. Fechou na hora certa. Tive a sorte de perceber o fim e a coragem de assumi-lo. Surpreendentemente não foi tão doloroso como pensei que seria. A mudança não é tão dolorosa quanto a resistência a ela. Sobrou gratidão IMENSA. Tanta gratidão que não consigo mensurar. Foram tantos bons momentos, tanto crescimento, tanto amor. Assim como para o anterior. Eu amo demais. Eu amo com todo meu coração. Eu me dedico totalmente. Minha lealdade não cabe em mim. Mas se a conexão se quebra, tudo perde o sentido. É necessário se libertar e libertar o outro também. Não existe razão para se viver no raso por comodidade. Ser legal, ser amigo não é suficiente. É preciso estar conectado.

Talvez meus hormônios estejam descontrolados, tenho essa impressão. Tudo em volta me parece perfeito. Tudo parece acontecer por um motivo maior. Vejo casais se formando e sinto a felicidade como se fosse minha. Vejo casais terminando e sinto que, apesar de tristes, serão mais felizes futuramente. Vejo pessoas solteiras e sinto que estão em um incrível processo de autoconhecimento. Vejo pássaros, sinto cheiros, muitos cheiros, adoro cheiros cheirosos. Adoro pele. Amo olhares. Amo amar. Amo estar. Amo viver.

Mas, para que não achem que sou só “bons cheiros”, viver profundamente também significa doer profundamente, quando é o caso. A ansiedade me castiga desde sempre, me tira o sono, me faz sofrer. Estar sozinha me faz não ter alguém pra cuidar com intensidade além de mim mesma. Isso é bom por um lado, preciso me cuidar com carinho, mas cuidar de alguém é tão bom! Cuidar e cuidar. Amar com amor. Envolver com minha alma. Não tenho isso no momento. Claro que meus amigos e minha família absorvem muito do meu amor, mas é outro tipo de conexão. Preciso descobrir uma válvula de escape pra tanto amor guardado, de preferência algo construtivo. Escolhi escrever.

Júlia H. G.

"Amante das exatas com coração de humanas. Descobrindo nas palavras uma válvula de escape para tanta reflexão guardada."

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