Marcel Camargo

Pessoas que assumem os próprios erros são mais confiáveis

Imagem da capa: LuckyImages/shutterstock

Errar conscientemente, sabendo da dor que trará ao outro, é antiético; errar tentando acertar, querendo o melhor, é necessário. Somente assumindo os erros é que estaremos aptos para aprender a não voltar para eles, bem como nos tornaremos mais confiantes e dignos de confiança.

Está aí uma espécie em extinção: pessoas que assumem o erro, que sustentam o que disseram e/ou fizeram, arcando com as consequências disso tudo. Infelizmente, prolifera-se, pelos vários ambientes de nossas vidas – trabalho, círculo de amizades, de familiares -, um comportamento extremamente danoso, por pautar-se pela fofoca, por atitudes destemperadas e impulsivas e pela omissão, quando as bombas explodem.

No ambiente de trabalho, muitos acabam fugindo furtivamente, quando se trata de assumir algum erro cometido, até mesmo negando veemente o que, como e quando fizeram algo que comprometa sua suposta eficiência. Não raro, chegam a acusar quem se encontra em nível hierárquico mais baixo, ou seja, colocam a culpa em alguém que raramente terá voz para se defender aos superiores.

Da mesma forma, existem aqueles que não demoram a acusar quem não esteja presente na roda de conversa, denegrindo a sua imagem, atribuindo-lhe falas e atitudes que nada mais são do que o retrato exato do próprio acusador. Com isso, tentam se proteger, de antemão, do que eles próprios fazem, mas não assumem, haja vista o medo que esse tipo de pessoa sempre tem de ser desmascarado.

Esteja onde estiver, a questão é que sempre haverá quem não tenha a coragem de confessar que errou, que se comportou de maneira inadequada, que agiu sem pensar, não trazendo para si a responsabilidade sobre os próprios atos. Talvez por se acharem perfeitos, ou por medo covarde, fato é que a estes será quase que impossível assumir os erros, mesmo para aqueles com quem tem mais proximidade, aqueles que nunca negam ajuda, que são compreensivos.

Não há que se temer o erro, assim como não há que se temer retratar-se, pois erra quem faz, quem se move, quem se lança e ousa sair do lugar. Errar conscientemente, sabendo da dor que trará ao outro, é antiético; errar tentando acertar, querendo o melhor, é necessário. Somente assumindo os erros é que estaremos aptos a aprender a não voltar para eles, bem como nos tornaremos mais confiantes e dignos de confiança.

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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