Poema à boca fechada
Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.
Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.
José Saramago
Planta “da moda” derruba suplemento do mercado: Anvisa veta ingrediente e dispara aviso urgente ❌
CNH fica muito mais barata após nova regra do Contran — veja quanto você vai…
Atenção! Anvisa identifica bactéria no sabão Ypê e manda recolher lotes vendidos em todo o…
Nos últimos anos, grupo de pais nenhum quer que a filha tenha “o mesmo nome…
Saiba por que esse sinal aparece de repente e o que ele realmente avisa 🚗
Vinagre de maçã famoso é proibido pela Anvisa e pode estar na sua casa agora…