Marcel Camargo

O amor tem que ser uma escolha e não uma necessidade

Antes aguardar um amor verdadeiro do que se apressar e trazer um embuste para junto de si. Leve o tempo que for, o amor há de ser verdadeiro e pleno.

Li por aí que é necessário ser corajoso para ficar solteiro nos dias de hoje. Há uma carência muito grande se espalhando pelas redes sociais, uma necessidade de chamar a atenção pela forma como a pessoa se sente sozinha, sem ninguém. Várias postagens virtuais focam a solidão, o “ninguém me ama, ninguém me quer”, e recebem milhares de curtidas, sendo amplamente compartilhadas.

Isso porque parece que a sociedade cobra de todo mundo a necessidade de viver uma vida a dois, como se pessoas solteiras estivessem, na verdade, incompletas.Abundam sites de relacionamentos, aplicativos que prometem o encontro com a alma gêmea, acirrando a visão distorcida das relações amorosas. É preciso perceber que estar sozinho ou acompanhado não torna ninguém mais ou menos feliz, simplesmente porque a felicidade começa dentro de cada um.

A partir do momento em que o amor passa a ser uma necessidade, e não uma escolha, corre-se o perigo de se aceitar qualquer companhia, pelo temor à solidão. Na verdade, o amor verdadeiro jamais se aloja em corações inseguros ou indecisos. Amor requer certeza, inteireza, disposição e comprometimento. Amor se alimenta de verdades, do que não caminha junto com medo, fragilidade, carência. Tudo bem não estar pronto para o amor. A vida é de cada um e o amor também.

Não há nada de errado em estar solteiro, não importando sua idade, ou qualquer outra coisa, pois importa, sim, é ser feliz e estar satisfeito com a vida que se vive, da maneira como cada um se sente bem. Existe felicidade na vida a dois e na vida com um só. Existe, da mesma forma, tristeza na vida a dois e na vida com um só. Antes aguardar um amor verdadeiro do que se apressar e trazer um embuste para junto de si. Leve o tempo que for, o amor há de ser verdadeiro e pleno.

Já temos que lidar com tanta falsidade lá fora, enquanto trabalhamos e saímos pelos bailes da vida. Nada mais justo do que, ao menos dentro de nosso lar, vivermos a plenitude de um amor verdadeiro, sem máscaras, completo e sereno. Temos que manter nossa dignidade ao fim do dia, seja junto a alguém, seja junto à nossa própria companhia. Não nos esqueçamos: o amor tem que ser uma escolha e não uma necessidade.

Imagem de capa: Masson/shutterstock

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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