A zona leste de São Paulo viveu minutos de terror na noite de quinta-feira (14), quando uma violenta explosão tomou conta de um galpão no Tatuapé. O local, segundo informações preliminares, era utilizado para manter fogos de artifício — um material altamente sensível que, quando armazenado de forma irregular, pode transformar qualquer ambiente em uma bomba-relógio.
O Corpo de Bombeiros confirmou que uma pessoa morreu no incêndio, provavelmente o proprietário do galpão, que foi encontrado carbonizado entre os escombros. Outras dez pessoas ficaram feridas, atingidas pelo impacto da explosão ou por estilhaços que se espalharam pela rua.
Moradores do entorno relataram que o estrondo foi tão forte que prédios tremeram, janelas vibraram e parte da região ficou sem energia elétrica. Muitos pensaram, inicialmente, que se tratava de um terremoto ou de um acidente aéreo.
“O chão sacudiu e a luz apagou na hora. A gente só ouviu o barulho dos alarmes e pessoas gritando na rua”, contou uma moradora.
A força da explosão atingiu ainda vários veículos estacionados. Uma estrutura metálica desabou sobre um carro e outras partes do galpão foram arremessadas a metros de distância. O cenário tomou ares de destruição imediata: fumaça intensa, destroços espalhados e famílias tentando entender o que havia acontecido.
A Polícia Civil abriu investigação para apurar se o material pirotécnico era mantido de forma clandestina. Armazenar grandes quantidades de fogos de artifício em áreas residenciais não apenas viola normas de segurança como coloca vidas em risco — e foi exatamente isso que pode ter acontecido no Tatuapé.
Embora tradicionalmente usados em festas e celebrações, os fogos de artifício são classificados como materiais explosivos. Quando armazenados sem ventilação adequada, sem controle de temperatura ou perto de fontes de chama, tornam-se extremamente instáveis. Entre os riscos mais comuns estão:
Explosões em cadeia, que podem ser desencadeadas por faíscas mínimas.
Incêndios de rápida propagação, devido ao alto poder calorífico dos compostos químicos.
Riscos tóxicos, já que a queima libera metais pesados e substâncias irritantes.
Impacto estrutural, capaz de derrubar paredes, portas e até causar fissuras em prédios próximos.
Casos como o do Tatuapé servem de alerta para a necessidade de fiscalização rigorosa e campanhas educativas sobre o manuseio e armazenamento de material pirotécnico — especialmente em ambientes urbanos, onde o risco se multiplica.
A área foi imediatamente isolada para evitar acidentes secundários. Uma rua inteira precisou ser interditada para permitir o avanço das equipes de combate ao fogo, que trabalharam por horas até eliminar completamente as chamas e resfriar a estrutura.
Enquanto isso, moradores foram orientados a permanecer longe do local devido à possibilidade de novas explosões, já que restos de material pirotécnico ainda poderiam estar ativos.
Segundo a psicóloga Josie Conti, situações de grande magnitude — como explosões, incêndios repentinos ou eventos que colocam vidas em risco — podem ser interpretadas pelo cérebro como ameaças diretas à sobrevivência, desencadeando respostas traumáticas mesmo em pessoas que não sofreram ferimentos físicos. “Quando alguém vivencia ou presencia um evento extremo, o sistema nervoso entra em estado de alerta máximo. É como se o corpo entendesse que o perigo permanece, mesmo depois de tudo ter acabado”, explica a profissional.
Conti destaca que o trauma pode surgir tanto em quem esteve muito próximo do acontecimento quanto em quem ouviu o estrondo, sentiu o tremor ou viu a destruição logo após o impacto. Para ela, “o cérebro não diferencia muito bem o que foi perigo real do que foi percebido como tal”. Por isso, moradores do Tatuapé podem seguir abalados por dias — ou até semanas — após a explosão.
A psicóloga ressalta que é importante observar alguns sinais de alerta que podem indicar sofrimento psicológico significativo:
Hipervigilância, quando a pessoa permanece em estado constante de alerta, reagindo a qualquer barulho.
Insônia ou sono fragmentado, com despertares bruscos ou pesadelos relacionados ao evento.
Medo persistente, especialmente de explosões, ruídos altos ou da aproximação ao local do acidente.
Irritabilidade e dificuldade de concentração, comuns após situações de estresse intenso.
Episódios de revivescência, quando a pessoa sente que está revivendo a explosão ou seus momentos imediatamente posteriores.
Evitação, como evitar passar pela rua onde ocorreu o acidente ou conversar sobre o assunto.
Josie Conti reforça que, caso esses sintomas persistam por mais de alguns dias ou causem prejuízos nas atividades cotidianas, é essencial buscar apoio psicológico. “Nesses casos, não se trata de fraqueza emocional, mas de um mecanismo natural do corpo tentando processar algo que foi assustador demais para ser compreendido de imediato”, explica. Ela destaca ainda que, em situações de trauma agudo, intervenções precoces podem reduzir significativamente o risco de desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Entre os tratamentos considerados eficazes para reorganizar memórias traumáticas, a psicóloga cita abordagens como o EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing), um método reconhecido internacionalmente por ajudar o cérebro a “reprocessar” lembranças intensas de forma menos dolorosa. Segundo Conti, técnicas como o EMDR podem ser especialmente úteis em eventos com explosões, acidentes ou ameaças súbitas, porque trabalham diretamente na diminuição da carga emocional associada às imagens, sons e sensações do momento traumático. “O objetivo é permitir que a pessoa retome sua rotina sem que o corpo reaja como se o perigo ainda estivesse presente”, conclui.
Leia também: Truque do pano: proteja o cachorro do barulho feito pelos fogos de artifício
Imagem: Reprodução
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