Marcel Camargo

Não importa se já te fez bem: se te faz mal, não te faz mais bem

O tempo passa e tudo vai se transformando, lá fora e dentro da gente. Mudam as estações e mudam os nossos olhares, as nossas vivências, os nossos sentimentos. Passamos a vivenciar o mundo de formas novas, diferentes, o que nos faz reelaborar, inclusive, nossos sonhos, nossas expectativas. A importância que nos dão se torna mais relevante do que a importância que dávamos aos outros. Amadurecer requer valorizar-se.

Todo mundo acaba tendo aquela sensação de perplexidade quando olha para trás e se lembra do quanto sofreu por coisas e por pessoas que hoje nada mais significam. Percebemos que perdíamos muito tempo com o que e com quem não mereciam um pingo de nossa atenção. Percebemos que sofríamos por coisas sem importância, por gente que não valia a pena. Aprendemos, assim, que tudo vem na hora certa e sempre será o que tiver que ser. O que não tem jeito, por outro lado, nunca o será.

E, nesse vai e vem de emoções, temos que prestar atenção no que sentimos, no que queremos, no que merecemos, em tudo o que somos e em tudo com que sonhamos. Não somos mais os mesmos de ontem, ou seja, teremos que limpar a nossa vida daquilo que não tem serventia, a fim de que haja espaços para que o novo chegue e fique. Nem tudo daquilo que nos fazia bem ainda nos deixa felizes. Nem todo mundo precisa continuar caminhando conosco.

Muda lá fora e a gente também muda por dentro, inevitavelmente. Tudo o que acontece, de bom e de ruim, acaba por nos transformar, enquanto ressignificamos o mundo e reconduzimos nossos pontos de vista a novos sentidos. Tomamos consciência de que nossa felicidade é urgente, de que as verdades que ficam são imprescindíveis. Aprendemos que agir em favor de nós mesmos nem sempre é egoísmo. Por isso é que conseguimos enxergar o que já deixou de nos fazer bem e quem já não faz mais falta.

Portanto, quando nos conscientizamos de que aquilo que nos fazia bem, mas hoje não faz mais, deve ser superado, fica mais fácil esquecer o que deve ficar lá atrás. Nossos caminhos devem ser leves, limpos de pesos afetivos e emocionais que emperrem nosso sorrir pra vida, nosso sorriso íntimo, nossa satisfação pessoal. Muitas coisas não darão certo, mas, caso estejamos munidos do que carrega amor, seremos menos feridos e juntaremos forças mais rapidamente para reerguer e recomeçar. Quantas vezes forem necessárias.

Photo by Luis Fernandes from Pexels

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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