Marcel Camargo

Não existe amor que consiga esperar para sempre

Uma das maiores dúvidas que temos diz respeito à diferença entre esperar e perder tempo. Temos muita esperança de que as coisas vão melhorar e de que as pessoas certas nos acompanharão vida afora, porém, sabermos até quando a espera é suportável gera muitas hesitações de nossa parte. Temos que manter a esperança no amanhã, mas até mesmo a espera tem limites.

É muito difícil desistir, ainda mais em meio a essa sociedade que dissemina a ideia de que não podemos deixar de tentar, de perseguir os nossos sonhos, sempre e para sempre. No entanto, é preciso discernimento para saber que determinadas coisas nunca acontecerão e certas pessoas nunca mudarão, tampouco farão parte de nossas vidas com verdade. Saber ganhar é muito fácil, mas saber perder é uma arte, é para os fortes.

Às vezes, a gente quer tanto uma coisa, que deixa de pensar direito e apenas foca naquilo, como se a vida dependesse daquela conquista específica. E é assim que vamos priorizando utopias e deixando de valorizar e de sermos gratos por tudo o que já caminha conosco. E é assim que deixamos de perceber muita coisa e várias pessoas que querem fazer parte da nossa vida, ali bem de perto.

O amor é paciente, sim, mas tem a medida exata da dignidade que nos resta ao fim do dia. Não há amor que sobreviva de promessas quebradas, de olhares vazios, de silêncios ensurdecedores, de unilateralidade. Ninguém consegue ficar esperando para sempre o retorno do que nunca vem, nunca chega, nunca muda. Não há amor que seja capaz de se sustentar no vazio, na ausência de carinho, de respostas, de toques, de reciprocidade. Um dia a gente cansa.

Como se vê, viver sem fé e esperança é praticamente impossível, porque, muitas vezes, será apenas isso o que nos motivará a acordar e sair para a luta dos dias. Passaremos por tempestades tamanhas, que somente a espera do tempo poderá nos reequilibrar. Ainda assim, se ouvirmos o nosso coração, teremos respostas precisas sobre quem e sobre o que serão capazes de se achegarem junto a nós com verdade. O resto, descarta-se, dolorosamente, mas descarta-se.

Imagem de capa:wrangler/shutterstock

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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