Gosto quando te calas
Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.
Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.
Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.
Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longinqüo e singelo.
Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.
Pablo Neruda
Veja também: “Neruda-Fugitivo” , filme relembra fuga e clandestinidade de Pablo Neruda em 1948.
⚠️ Rajadas intensas, granizo e chance de tornado: previsão liga sinal de atenção para várias…
Anvisa derruba tônico capilar famoso e proíbe 30 produtos vendidos livremente online ⛔
Um convite à noite a dois: filme da Netflix com George Clooney no clima certo…
👉 Post bombástico: Eduardo Bolsonaro se pronuncia minutos após decisão de Trump de retirar sanções…
A retirada aconteceu — mas a reação de Trump é o que mais chama atenção.…
No competitivo mercado do entretenimento, poucas produções conseguem alcançar o status de "fenômeno", tornando-se verdadeiros…