Marcel Camargo

Gente desinteressada desinteressa a gente

É fato que não poderemos dar ouvidos a tudo o que nos chega, tampouco levar em conta a opinião de qualquer um, porém, mantermos uma atitude totalmente desinteressada e distante de tudo e de todos nos tornará uma pessoa desagradável e chata. Não poderemos deixar de nos importar com algumas pessoas que nos são especiais, ou a solidão será a nossa companhia enquanto vivermos.

O mundo de hoje nos cobra o mergulho no trabalho, o consumismo desenfreado e a harmonia estética. Com isso, muitas vezes nos afundamos em horas estendidas nos escritórios e nas academias, cuidando de nossa aparência, enquanto nos distanciamos mais e mais dos contatos humanos. Preocupados com as economias e com as contas pendentes, esquecemo-nos de olhar o nosso entorno, tornando-nos cegos frente a quem está ali nos amando e precisando de nós.

Da mesma forma, uma vez que esse mundo de aparências é por demais frívolo e superficial, além de competitivo em todos os setores, acabamos nos fechando, deixando-nos de nos abrir, de partilhar, de viver os encontros mágicos que a vida nos oferta, por medo de sermos usados como os objetos que tanto prezamos. Parece estar sendo valorizada, nesse contexto, a ideia de que não podemos nos apegar, de que devemos nos bastar tão somente sozinhos.

Talvez por conta dessa competitividade acirrada no trabalho e na vida, disseminam-se aconselhamentos que nos direcionam ao isolamento, ao “dane-se com tudo”, ao não se importar com o mundo lá fora. Logicamente, existe muita coisa e muita gente que precisaremos ignorar para manter nossa sanidade, no entanto, é preciso dar importância a quem realmente merece nossa consideração, pois existe quem precisa de nós, quem espera algo de nós, quem quer ser parte de nós, com verdade e amor.

Todos necessitamos de alguém com quem contar durante os tombos que levaremos, pois é quase impossível sair sozinho das ciladas que permeiam a nossa jornada de vida. Nosso equilíbrio, portanto, dependerá exatamente da forma como encararemos o que nos acontece, trazendo para junto de nós gente do bem, gente que traz luz, que sorri e faz sorrir, que abraça a nossa alma. Porque pessoas que não se interessam por nada neutralizam o amor em seus corações, tornando a felicidade algo que não se pode alcançar. E felicidade é possível, sim, para quem se importa com o que é de fato importante. Não mais.

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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