Marcel Camargo

Fique à vontade, mas fique com vontade!

Quantas e quantas vezes não nos perguntamos se o que está em nossas vidas seria mesmo essencial, se tudo aquilo faz parte de nós mesmos ou se apenas nos acostumamos, seja com o emprego, com o parceiro, seja com a moradia, com os amigos. Fariam realmente falta? Não conseguiríamos sobreviver de outra forma?

Costumamos nos sentir bem com aquilo que já está estabelecido, com o que não muda nem traz incerteza, pois o que é cômodo implica, aparentemente, conforto e segurança. Por essa razão, às vezes nem nos dispomos a refletir sobre o rumo que nossas vidas vêm tomando, resistente que somos a mudanças que nos abalem o que parece certo.

E assim seguimos trabalhando, morando junto, presos a rotinas imutáveis, vestindo as mesmas roupas, penteando o cabelo do mesmo lado, comprando os mesmos produtos, frequentando sempre os mesmos lugares. Mal percebemos o quanto esse conforto pode ser desconfortável, o quanto ele nos limita e nos paralisa, mantendo-nos presos no mesmo lugar, afastando-nos de novas experiências para além de seus limites.

Mesmo que possa não ser agradável, refletirmos sobre o que e quem mantemos em nossas vidas nos possibilita tomadas de decisão imprescindíveis ao nosso caminhar, pois não conseguiremos respirar tranquilos, caso não nos desfizermos de muito daquilo que carregamos inutilmente. Tentar olhar para nossas vidas, do lado de fora, como espectadores de nós mesmos, nos tornará mais certos quanto à utilidade das coisas e à qualidade das pessoas ao nosso redor.

Empurrar as horas enquanto trabalhamos, enquanto estamos ao lado de alguém, enquanto vivemos, enfim, faz muito mal, indica vida pela metade, felicidade sufocada, tristeza camuflada, amor fajuto. Significa que estamos ausentes de nós mesmos, passando pela vida mediocremente, sem sorver todos os sabores, sem ver todas as cores, sem alcançar tudo o que poderíamos, tudo o que se encontra à nossa disposição, o dia todo, todos os dias.

Na verdade, já temos dentro de nós todas as respostas de que precisamos. Sabemos muito bem o que nos incomoda, o que nos emperra, quem não nos completa, quem não acrescenta. É preciso, pois, cair fora de onde estamos acomodados desconfortavelmente, desprendendo-nos dos relacionamentos sufocantes, fugindo de gente falsa e de ambientes desarmônicos. Pois é, ser feliz requer uma coragem absurda…

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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