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Conclusão: Envenenamento por frustrações

Esse é um texto diferente, meio verídico, meio confissão, um pouco triste, bastante reflexivo, algo de esperançoso, já que vamos falar de descobertas. E quando se descobre ou se revela uma coisa ruim, o mínimo de parte boa que se obtém é a própria descoberta em si, o afastamento da ignorância. Então é momento de agir e mudar o que ainda é passível de mudança.

Pois bem, sem muitos detalhes enjoativos, precisei fazer uma endoscopia e, apesar de ser um exame chato, tem aquela parte em que você dorme e, quando acorda, parece que veio diretamente da terra do nunca para a cadeira do repouso. E o acompanhante que se vire e se envergonhe com a quantidade de besteiras que se fala depois de um exame como esse.

E chegou o dia do exame, depois de cumprir um mal humorado jejum, lá vamos nós para a clínica, exalando tranquilidade e ansiedade, tudo junto, para o coquetel de tranquilizantes que aguardava. E tudo correu m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a-m-e-n-t-e bem, o despertar foi melhor que beijo de príncipe, a sensação de “que mundo é esse” se fez presente, intensa e engraçada.

O que acontece na verdade, é que nada correu tão bem quanto meus desvarios analgésicos acreditavam. Eu dei trabalho. Muito trabalho. Uma equipe inteira tentando me domar. E lá se foram 240 mg de sei lá o que, que finalmente me derrubou… por 20 minutos.

Vergonha é pouco para o que eu senti e ainda sinto quando penso nisso, mas se é para frente que se anda, hoje fui ver a médica que realizou o exame, com os resultados em mãos. Sim, estou bem, nada sério, ela disse.

Uma notícia ótima, mas, muito inquieta, toquei no assunto do dia do exame e todo o corre-corre que provoquei. E ela, pequena, calma e simpática me disse:

– Você deve ser uma pessoa que guarda muito para si, que não expressa suas emoções com frequência, e, portanto, quando entrou em outro estado, liberou toda a tensão que estava guardada.

Em outras palavras, lutei e relutei contra um inimigo que eu mesma criei e alimentei. Levei para as forças do corpo a batalha que é da cabeça, me mostrei reativa e não colaborativa como provavelmente tenho sido com vários sentimentos pela vida afora.

Saí de lá com uma receita e uma lição. É ruim, mas é bom.

De hoje em diante, a tarefa primordial é desintoxicar a vida e reabilitar a alma.

Emilia Freire

Administradora, dona de casa e da própria vida, gateira, escreve com muito prazer e pretende somente se (des)cobrir com palavras. As ditas, as escritas, as cantadas e até as caladas.

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