Sabe aqueles dias em que tudo o que queremos é paz e silêncio? Pois bem, depois de se apaixonar de verdade, tudo o que vai acontecer é contraste. Guerra e paz, amor e ódio, razão e emoção. Apaixonar-se não é para amadores.

Paixão é tragédia, no melhor e no pior sentido. É necessidade, fúria, pele, ataques de ciúmes, entrega quase total e tudo aquilo que os medievais já sabiam. Não suporto quando qualquer carente metido a erudito de boutique me vem com apontamentos que flertam com tradições orientais e o caralho a quatro, dizendo que amar é ser passivo feito uma mula. Gente chata, entediante. Prefiro ficar com a minha cerveja em copo americano e com um beijo demorado que me leve para a cama por uma noite ou por uma vida inteira.

Desapego? Já falei e repito: à merda com esse tal de desapego (e sim, eu sei o que essa palavra significa, seja no dicionário ou em uma dessas correntes filosóficas que acham que todo mundo um dia vai alcançar a luz e blábláblá).

Apegar-se é destruir-se? Ótimo, que eu me desgrace então nos braços e nas pernas de alguém, não na porra de uma vida regada a convenções e protocolos afetivos entediantes.

Minha gente, vamos parar com essa tara de querer ser bonzinho só pra impressionar quem quer que seja. Aceitar o outro como ele é faz parte do processo das relações verdadeiras, daquelas que não se guiam por projeções. Por isso, vamos tentar maneirar com esses joguinhos de faz de conta, ok?

“Elas preferem mesmo os bad boys, então?” Não, não é disso que estou falando, pequeno gafanhoto. Elas preferem aqueles que não se escondem atrás da máscara de príncipe ideal e que na verdade não passam de sapos. Entendeu ou quer que eu desenhe?

Não são as aparências que importam. Não é o seu sotaque blasé falso e muito menos o seu ar de de metido a intelectual que vai te ajudar a se aproximar de quem você gosta, mas a capacidade de tolerar a si mesmo e de admitir seus defeitos e suas qualidades.

Nós somos verdadeiras tormentas ambulantes, capazes de levar sofrimento e dor por onde quer que a gente passe – ou você assume isso ou finge ser assexuado. Mas há momentos em que também somos brisa suave, soprando nos cabelos e levantando o vestido de alguém. É preciso então saber equilibrar essas potências, não negar uma como se só isso fosse fazer a outra desaparecer como em um passe de mágica.

Quando se trata de relação humana, a intensidade vale sempre mais que a premeditação.

Antes de ir, eu gostaria de aproveitar e fazer um apelo aqui que está relacionado ao desejo.Por favor, peço encarecidamente que parem de me enviar solicitações de jogos no Facebook. A razão é bem simples: toda vez que surge uma notificação eu acho que é alguém se declarando pra mim; desejando ardentemente meus beijos, carícias e meu corpo nu. Pois é, imaginem só a minha frustração quando verifico que se trata apenas de mais um convite pra jogar Criminal Case ou algo parecido.

E lembre-se, esse lance de “desapega, desapega” só funciona mesmo em comercial de televisão. Ah, e também quando se trata apenas de objetos.

Jocê Rodrigues

Editor, escritor e jornalista.

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Jocê Rodrigues
Tags: desapegado

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