Marcel Camargo

Afastamentos dolorosos antecedem encontros especiais

A vida costuma ser muito dura, às vezes, o que nos leva a ter que recorrer a tudo o que possa trazer um pouco de consolo. Quando o chão parece ruir, quando nada mais vislumbrar alguma saída, costumamos nos agarrar àquilo que resta dentro de nós, porque então nada lá fora parece poder ajudar de alguma forma.

Nos momentos de dor é que nossa espiritualidade aflora mais fortemente, pois temos que nos reestruturar sozinhos, a partir do que possuímos aqui dentro, retirando motivação e esperança de onde prevalece tristeza e desesperança. É então que a gente busca uma compreensão embasada na fé, na força interior, na ajuda de um ser supremo, do universo, enfim, de alguma energia invisível que traga luz, esperança, motivação e aceitação.

Acreditar que o amanhã será melhor, que tudo tem uma razão de ser, tudo é aprendizado, portanto, não pode ser tido como pensamento simplista sem fundamento, como um mero consolo bobo. Trata-se, sim, de uma postura que alenta e nos motiva a não desistir, não paralisar, não permanecer encostado na dor. Entender os sofrimentos como um preparatório para mudanças positivas que virão nos abre as portas para que enxerguemos um futuro menos denso e triste.

E é assim que deve ser, quando dos rompimentos que pontuam a nossa jornada. É preciso acreditar que aquela dor passará, que o que foi embora não era para ter sido, que o que saiu abrirá espaço para que o novo chegue e preencha o vazio com verdade, amor e felicidade renovada. É preciso ter a esperança de que seremos felizes, porque temos o direito de viver junto a pessoas que torcem por nós e devolvam afeto na mesma medida do que temos a oferecer.

Se tivermos paciência para aguardar a passagem do tempo, perceberemos, lá na frente, que muitas coisas e muitas pessoas saíram de nossas vidas e não deixaram saudade alguma, muito pelo contrário. Perceberemos que ficamos mais fortes, mais sábios, mais gente de verdade, porque sobrevivemos às quebraduras que a vida provoca. Sobrevivemos e sobreviveremos, pois há muito ainda ali na frente que iremos encontrar sorrindo.

***

Photo by Alex Iby on Unsplash

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

Recent Posts

Amor, interesse e jogo psicológico: o filme da Netflix que incomoda sem pedir licença — e acerta onde dói

Parece comédia romântica, mas este filme da Netflix joga sujo com amor e dinheiro ❤️‍🔥💸

6 horas ago

Nova técnica criada no Brasil contra o câncer de mama, que congela tumor com nitrogênio líquido, atinge 100% de eficácia

🎗️ Tumor congelado a −140 °C: técnica contra câncer de mama tem 100% de eficácia…

7 horas ago

Após eliminar 75 kg, Thais Carla impressiona seguidores com transformação das curvas do corpo; veja antes x depois

Thais Carla mostra novo corpo após eliminar 75 kg e antes x depois deixa a…

7 horas ago

Olhe para seus dedos agora: o formato deles pode revelar traços da sua personalidade que você nunca percebeu

🖐️ Faça o teste: o formato dos seus dedos pode revelar traços da sua personalidade…

7 horas ago

SBT explica por que episódio de Chaves ficou quase 50 anos inédito na TV

Episódio especial de Natal de “Chaves” nunca tinha passado na TV aberta (até ontem!) —…

13 horas ago

Saiba como o SBT se saiu no Ibope após trocar Zezé di Camargo por episódio inédito de Chaves

⚠️ Após polêmica, SBT trocou Zezé por Chaves de última hora — e o Ibope…

13 horas ago