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A pílula que pode aposentar as injeções de Ozempic funciona — e os resultados estão chocando médicos

Para muita gente, a ideia de trocar a picada semanal por um comprimido diário soa quase como ficção científica.

Pois esse cenário está começando a ganhar forma com o orforglipron, remédio oral da mesma “família” do Ozempic, que acabou de ganhar resultados importantes em um grande estudo internacional com pessoas com diabetes tipo 2 e excesso de peso.

Apesar do título falar em “versão em comprimido do Ozempic”, tecnicamente o orforglipron é outra molécula, desenvolvida por outro laboratório, mas com a mesma lógica de ação: ele ativa o receptor GLP-1, hormônio que ajuda o corpo a liberar insulina de forma mais adequada, reduz a glicose no sangue e ainda atua no controle do apetite.

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Ou seja, na prática, entra na mesma conversa dos injetáveis famosos para diabetes e emagrecimento, só que em forma de pílula.

O novo estudo, publicado na revista The Lancet, acompanhou mais de 1,6 mil adultos com diabetes tipo 2 e sobrepeso ou obesidade, atendidos em 136 centros de pesquisa distribuídos por 10 países.

Os participantes foram acompanhados por cerca de 16 meses, o que permite enxergar não só o efeito inicial, mas também a manutenção dos resultados ao longo do tempo.

Na prática, os voluntários foram divididos em grupos que recebiam três doses diferentes do comprimido ou um placebo (remédio “de mentira”), sempre combinados com orientações de mudança de estilo de vida, como alimentação mais equilibrada e aumento de atividade física.

A ideia era ver até que ponto o remédio acrescenta resultado em cima do cuidado padrão que já deveria ser recomendado para qualquer pessoa com diabetes.

Os dados mostraram que o orforglipron conseguiu reduzir de forma consistente a hemoglobina glicada (indicador-chave de controle do diabetes) e também levar a uma queda relevante de peso em comparação ao placebo.

Em estudos anteriores, com perfis semelhantes de pacientes, o comprimido chegou a resultados de perda de peso e melhora metabólica comparáveis aos dos GLP-1 injetáveis já consagrados, sempre dentro do contexto de acompanhamento médico e mudanças de hábito.

Um ponto que chama atenção é a praticidade. Os tratamentos injetáveis atuais são eficazes, mas pedem refrigeração, exigem manipulação das canetas e ainda enfrentam a resistência de quem tem medo de agulha.

O orforglipron, por ser um comprimido de molécula pequena e estável, não precisa de geladeira e pode ser tomado como um medicamento oral tradicional, o que facilita a logística tanto para o paciente quanto para serviços de saúde em regiões com infraestrutura limitada.

Esse comportamento no organismo tem relação direta com a composição do remédio. A semaglutida, substância do Ozempic, é um peptídeo que se degrada facilmente no estômago, o que dificulta a formulação em pílula comum e acabou levando ao desenvolvimento de formas específicas, com regras rígidas de uso.

Já o orforglipron é um GLP-1 de pequena molécula, desenhado justamente para ser absorvido pelo trato digestivo sem se “desmanchar” no caminho, o que abre espaço para um uso mais simples no dia a dia.

Sobre segurança, o estudo em diabéticos reforça o que já tinha aparecido em pesquisas anteriores com pessoas com obesidade: os efeitos colaterais mais frequentes são os mesmos vistos em outros GLP-1, como náusea, desconforto gastrointestinal e, em alguns casos, vômitos, geralmente mais intensos nas fases iniciais de tratamento e manejáveis com ajuste de dose.

A taxa de interrupção por eventos adversos ficou em linha com a de outros remédios dessa classe, o que foi interpretado pelos pesquisadores como um perfil de tolerabilidade aceitável.

Do ponto de vista de saúde pública, o potencial vai além da comodidade. Por ser um comprimido de pequena molécula, a produção tende a ser mais simples e barata do que a de medicamentos injetáveis baseados em proteínas, o que pode se traduzir em custos menores e maior chance de cobertura por sistemas de saúde e planos privados.

A farmacêutica responsável já sinalizou intenção de submeter o orforglipron para aprovação regulatória em indicações de controle de peso e diabetes nos próximos anos, o que, se confirmado, pode mudar bastante o cenário de acesso a GLP-1 orais no mundo.

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Gabriel Pietro

Redator com mais de uma década de experiência.

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