Os últimos dias no Rio reacenderam a mesma pergunta que volta a cada crise: quem é o Comando Vermelho, de onde veio e como virou um ator central da violência urbana no país?
A resposta começa longe dos becos e avenidas: dentro de um presídio, nos anos 1970, e chega ao presente com megarraids em favelas da capital fluminense e condenações públicas por violações de direitos após operações com dezenas de mortos.
O grupo nasceu no Instituto Penal Cândido Mendes (Ilha Grande), em meio à convivência forçada entre presos comuns e presos políticos durante a ditadura.
A organização, primeiro chamada de Falange Vermelha, estruturou-se como rede de proteção e “código de conduta” entre internos. Nomes como William da Silva Lima (“Professor”) aparecem nas narrativas fundacionais. Com o tempo, essa cultura de solidariedade carcerária migrou das celas para as ruas do Rio.
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Ainda nos anos 1980–1990, o Comando Vermelho ampliou o foco: assaltos a banco deram lugar à gestão do varejo de drogas, com armas e rotas que conectavam o Rio a outros estados e fronteiras.
A figura de Fernandinho Beira-Mar simboliza essa virada internacional: preso na Colômbia em 2001, ele foi acusado de intermediar armas por cocaína com a FARC — um caminho que consolidou o CV como player do narcotráfico sul-americano.
O avanço trouxe também dissidências e novos contendores. No Rio, surgiram grupos como Terceiro Comando e Terceiro Comando Puro (TCP); mais tarde, a disputa se espraiou para outros estados.
Em nível nacional, a rivalidade com o PCC moldou o mapa do crime organizado, inclusive com alianças regionais — caso da Família do Norte, no Amazonas, em meados da década passada. Esses rearranjos explicam ondas de massacres prisionais e ciclos de retaliação.
Mesmo com prisões de líderes, o CV manteve capilaridade ao articular cadeias e periferias via comunicação clandestina, explorando rotas na Amazônia e pontos de fronteira.
Relatos recentes descrevem presença majoritária em áreas do Rio e a chegada a praças fora do Sudeste, fenômeno que altera padrões locais de violência e o fluxo de drogas e armas.
O ciclo “ocupação–refluxo” nas favelas. Políticas públicas oscilaram entre confrontos de choque e tentativas de policiamento de proximidade, como as UPPs (2008–2013), que reduziram tiroteios em áreas-alvo, mas sofreram com baixa continuidade e limitações institucionais.
A dinâmica de perda e retomada de territórios pelo Estado e por facções ajuda a entender por que o problema ressurge em ondas.
Em 28 de outubro de 2025, uma operação com cerca de 2,5 mil agentes no Complexo do Alemão e Penha foi descrita como uma das mais sangrentas da história do Rio, com dezenas de mortos e mais de 80 presos — episódio que gerou repúdio de entidades e cobrou investigações independentes.
Dias depois, balanços e reportagens internacionais apontavam o Comando Vermelho no centro do confronto e questionavam a eficácia de grandes incursões contra o crime organizado.
A trajetória do Comando Vermelho cruza prisões, políticas de segurança, economias ilegais e arranjos locais de poder.
Sem compreender o caminho que liga a Ilha Grande dos anos 1970 aos raids de 2025, qualquer debate sobre redução de danos, governança policial e prevenção da violência urbana fica pela metade.
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