Marcel Camargo

Vai doer muito, às vezes, mas teremos que seguir

A gente não pode parar. A gente tem que prosseguir. Mesmo que julguem, condenem, derrubem, mintam. Ainda que escureça, que chova, que nos digam não, nunca, impossível. Temos que seguir, pela família, por quem nos ama, por quem amamos, por nós mesmos.

Não poucas vezes, iremos nos sentir impotentes, alquebrados, não enxergando solução alguma, doendo muito por dentro, por todos os poros, sem vislumbrar uma centelha sequer de esperança. Os dias se arrastarão, as horas esmagarão a nossa paciência e ninguém parecerá ser capaz de nos animar. O sorriso não sairá, nem forçosamente, para nada e por ninguém.

Passaremos por tempestades dolorosas, perderemos o que tínhamos como certo, pessoas amadas nos serão retiradas sem aviso prévio, seremos alvo de maldade, acumulando decepção e dor. Expectativas serão quebradas, verdades serão derrubadas, certezas serão extintas. A gente vive bastante e, por isso mesmo, vai aumentando a carga e as bagagens que se interpõem entre nós e nossa felicidade.

A vida dói e dói para todo mundo, não importando o cargo, o sobrenome, a grana que se tenha. Uma ou outra hora, tudo parece dar errado. Não existe felicidade perene, pois tudo passa; e, se tudo passa, o que é ruim também passará. Cada dia é novinho em folha e nos recebe de braços abertos, para que tentemos fazer dele um momento melhor e mais bonito. Esperança ninguém nos tira, ninguém, porque ela é bem nossa.

Não adianta é ficar se comparando com o vizinho. Não adianta é se sentir a mais infeliz das criaturas. Não adianta é culpar o mundo por tudo o que nos acontece. Embora, na prática, a coisa seja bem mais complexa, teremos que tentar manter um mínimo de sobriedade e lucidez, para que não repousemos definitivamente nossa luz sob a escuridão miserável da desesperança e do conformismo.

A gente não pode parar. A gente tem que prosseguir. Mesmo que julguem, condenem, derrubem, mintam. Ainda que escureça, que chova, que nos digam não, nunca, impossível. Temos que seguir, pela família, por quem nos ama, por quem amamos, por nós mesmos. Será preciso lembrar que tem gente ao nosso lado que veio e ficou, que torce por nós e não se negará a estender as mãos, com amor sincero.

Não estamos sozinhos e somos capazes, sim, de vencer o que jamais imaginaríamos. Pessoas são incríveis e ilimitadas. Eu sou assim e você também é. Sigamos!

Imagem de capa: Albina Glisic/shutterstock

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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