Ivonete Rosa

Tranque essa porta, mulher! Você precisa saber o que quer.

Acompanho um grupo de mulheres vítimas de relacionamentos abusivos no Facebook. Um dia desses, algo me chamou atenção. Uma moça compartilhou, no grupo, o print de uma mensagem que o ex enviou a ela. Era uma mensagem de teor bem desrespeitoso e humilhante, o grupo ficou chocado. Fiquei acompanhando os comentários das demais integrantes, a maioria delas esboçando indignação ao sujeito e ofertando solidariedade à moça. Segundo a vítima, essas mensagens eram praticamente rotineiras, incluindo, inclusive, fotos do ex com uma nova namorada.

Enquanto todas se comoviam com a situação, eu fiz as seguintes perguntas: por que você permite esse contato, se isso te faz tão mal? Por que você não bloqueia todos os acessos do seu ex às suas redes sociais? A moça tentou justificar dizendo que ela não tem contato com ele. Eu disse: ora, você pode até não fazer contato com ele, contudo, está deixando as portas abertas para que ele a encontre e despeje em você toda a perversidade dele. Você está permitindo essa situação, sinto muito. A moça, ficou sem argumentos e ficou aquele silêncio no grupo.

Bem, o que ando percebendo em algumas situações? Em se tratando de algumas rupturas, é comum algumas pessoas saírem, mas deixarem a porta encostada. É como se ela não tivesse certeza de querer aquele rompimento, por mais que esteja sendo tratada como estrume pelo companheiro. Gente, não justifica alguém dizer que está recebendo mensagens indesejadas pelo whatsapp diariamente. Todos nós sabemos que é possível bloquear qualquer contato nesse aplicativo de mensagens, não só nele, mas em todas as outras redes sociais. Ocorre que muita gente prefere tapar o sol com a peneira.

Se um contato está fazendo mal a você, por que você o mantém? Seria para se machucar e depois sair em busca de consolo das outras pessoas? Onde entra a sua responsabilidade pelo o que você permite ou até busca? Lógico que sabemos que existem pessoas sem limites que perseguem, que vão atrás, etc. Ainda assim, para esses casos extremos, é possível buscar proteção judicial. O que não dá é a pessoa romper uma relação que faz um mal danado a ela e deixar sempre um rastro para ser encontrada.

Você precisa saber o que quer da vida! O tempo tá passando e você está aí marcando passo e, garanto, se você não se tratar bem, ninguém fará isso por você. Pelo contrário, à medida que você não se respeita, você está emitindo uma permissão para que todos a tratem como um bagulho.

Tudo bem, sei que muitos casos, tratam-se de pessoas adoecidas emocionalmente, tão adoecidas que já perderam a noção do que é nocivo e do que é saudável. Esses casos requerem uma intervenção, um acompanhamento psicológico etc. Mas não é o caso aqui. Refiro-me aos casos em que a mulher está lúcida, e, insistindo em dar murros em ponta de faca. Ela sabe que não tem nada que presta para esperar daquele ex parceiro, mas está ali rondando, jogando uma isca.

Não, eu não estou contra as mulheres e justificando as atitudes abomináveis dos parceiros perversos. Longe de mim, por favor. Sou uma mulher que defende os relacionamentos saudáveis e que já se libertou de relacionamentos abusivos. Só quero deixar claro que, muitas mulheres, ao romperem com uma relação abusiva, não se posicionam com firmeza. Elas sabem que estão no fundo do poço, que já perderam a dignidade, mas ainda assim, olham o rompimento como um baita prejuízo. Elas esperam tirar leite de pedra, talvez.

Tudo na nossa vida tem a ver com a nossa decisão e essa decisão tem que estar alicerçada em atitudes. Se rompeu com quem tanto a maltratou, mantenha-se firme, evite contatos, bloqueie tudo. Vá cuidar de você, vá resgatar a sua saúde emocional. Invista em sua autoestima e não invente de se relacionar machucada desse jeito. Fragilizada, assim, você vai atrair outros parceiros perversos, eles vão sentir o cheiro da sua vulnerabilidade e vão deitar e rolar. Cuidado! É hora de se reconstruir. Cuide-se, querida!

Ivonete Rosa

Sou uma mulher apaixonada por tudo o que seja relacionado ao universo da literatura, poesia e psicologia. Escrevo por qualquer motivo: amor, tristeza, entusiasmo, tédio etc. A escrita é minha porta voz mais fiel.

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