Venho divagando sobre a sensibilidade. Acho difícil conceber que algo tão abstrato provoque tantos sentimentos, direcione olhares e modifique a vida das pessoas. Como algo tão etéreo tem esse poder todo?

Saramago dizia “Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia.” Poucos homens me entendem tão bem quanto Saramago. Todo dia, sem exceção. Mesmo rindo às gargalhadas. A sensibilidade, tão invisível se faz real e parte de carne, faz meu peito doer diante do mundo.

Muitos acham que é tristeza, mas não é. A dor da tristeza é diferente. É como comparar uma cólica de rim com uma coceira. A dor do meu peito é como uma coceira que me desperta para as belezas desse mundo. E quando as vejo, coça ainda mais, mas alivia. Não é para entender. É para sentir. Um mar que se compreende não passa de um aquário. É como ver o sol se pondo num quadro. Não tem graça porque nunca vai escurecer.

A sensibilidade é essa dor no peito que faz a gente inventar mais beleza. É graças a ela que no mundo todo se faz arte, em todas as suas formas. Na China se fez uma das arquiteturas mais esculpidas e desenhadas que os arquitetos sensibinventaram.

Na França e na Itália, nasceram os primeiros jardins projetados por paisagistas. Na Europa antiga Mozart, Bach e Beethoven alimentaram suas almas através da música. Nos EUA nasceu o Jazz. No Mundo todo artistas desenharam, musicaram e arquitetaram belezas. Mas eu não faço arte nenhuma. Minha sensibilidade fica entalada dentro de mim e as vezes eu choro pelo simples prazer de estar viva.

A vida é mágica. Já imaginaram que coisa mais louca é isso, estar vivo? Ver, ouvir, rir, amar? Ah, eu amo a minha sensibilidade. Se meu peito dói sempre, deixe doer… Ao menos pôr do sol algum passará em vão. E o mistério dessa vida será visto cheio de beleza. Porque assim escolho, assim será.

Como dizia Rubem Alves “Tempus Fugit” – o tempo foge. Portanto “Carpe Diem”- colha seu dia.

Nenhuma beleza pode ser economizada para amanhã. Porquê somos finitos.

Sim, meu peito “coça” o tempo todo. Ainda bem!

***

Artigo publicado originalmente na Revista Pazes– reproduzido com autorização.

Imagem de capa: maxbelchenko/shutterstock

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