A fala veio forte: a chefe da agência biomédica russa (FMBA), Veronika Skvortsova, disse que uma vacina contra câncer colorretal terminou a fase pré-clínica com bons resultados e estaria “pronta para uso”, aguardando aval oficial.
O anúncio foi feito no Fórum Econômico do Leste, em Vladivostok, e acendeu o alerta em pesquisadores pelo mundo, sobretudo porque os dados não apareceram em artigos revisados por pares até agora.
Segundo a FMBA, a candidata a vacina completou testes pré-clínicos (segurança e eficácia em modelos não humanos) e terá o câncer colorretal como primeiro alvo.
A agência também cita linhas em andamento para glioblastoma e melanoma. Até aqui, tudo foi divulgado por comunicados oficiais e mídia estatal, sem paper técnico público detalhando o desenho dos estudos.
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Sem publicação científica ou protocolo aberto de estudo clínico, não dá para checar metodologia, endpoints e critérios de análise.
Em entrevista, o oncologista David Pinato (Imperial College London) resumiu o ceticismo: com as informações disponíveis, não é possível saber em que estágio real a vacina está — e qualquer uso fora de ensaio clínico seria prematuro.
Algumas matérias que repercutiram o anúncio relatam reduções de 60% a 80% no crescimento tumoral e aumento de sobrevida em modelos pré-clínicos.
É um sinal de atividade, mas pré-clínico não antecipa eficácia em humanos — histórico em oncologia mostra que muitos candidatos naufragam nas fases 2/3. Por isso, a exigência de ensaios clínicos controlados segue sendo o padrão.
Autoridades e veículos locais descrevem o projeto como vacina terapêutica baseada em RNAm — algo em linha com o caminho que outras equipes vêm trilhando, com doses personalizadas a partir de antígenos do próprio tumor do paciente. Institutos citados como envolvidos no desenvolvimento incluem Gamaleya, Hertsen e Blokhin.
Há candidatas de RNAm contra câncer em fases clínicas avançadas conduzidas por grupos ocidentais — o exemplo mais acompanhado é o de melanoma (Moderna/MSD): em estudo de fase 2b, a combinação vacina personalizada + pembrolizumabe reduziu em ~49% o risco de recorrência ou morte, e em ~62% o risco de metástase distante ou morte, resultados apresentados em 2024 e que evoluíram para fase 3.
Ou seja: o campo avança, mas tudo passa por publicação e ensaios clínicos robustos antes de qualquer uso amplo.
Do anúncio russo não está claro se “pronta para uso” significa iniciar fase 1 em humanos sob protocolo de pesquisa, uso experimental restrito ou aplicação clínica regular — são caminhos com exigências e riscos diferentes.
Transparência sobre protocolo, centros, critérios de inclusão, endpoints e registro público é o que permitirá avaliar seriedade e potencial do projeto.
Em resumo: há um anúncio promissor, mas a prova científica — artigo revisado, protocolo clínico e resultados em humanos — ainda não veio a público.
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