Por Josie Conti

É incrível perceber o quanto as pessoas interessantes são parecidas com estradas. Elas sentem uma comichão no peito que as faz seguir e continuar, passo a passo, rumo ao desapego e ao novo. Nem sempre são estáveis, porém, são profundamente interessantes, pois, não temem experimentar na pele, novas possibilidades. Cada situação de busca e possível encontro é alimento para alma e para o conhecimento. O olhar fica a frente, a sensibilidade ao lado. O familiar é fonte de respeito e conhecimento. Talvez exista uma ruga a mais em alguns momentos perante a indecisão, porém, o brilho nos olhos é mais radiante.

O homem é um ser desejante, desde o nascimento é vorazmente carente de estímulos, novas sensações e conhecimentos. Penso que quando a pessoa canaliza essa energia de busca para algo saudável, ela é alguém com objetivos prioritariamente construtivos. Ela pode ser “faminta” por conhecimento, por aventuras, viagens, por amores. Porém, quando essa mesma energia é canalizada na busca de sensações de prazer, mas que não acrescentam um conteúdo simbólico como, por exemplo, o consumismo exagerado, que é uma marca tão forte de nossa geração, percebemos a criação de um novo perfil de dependentes que, embora não sejam usuários diretos de uma substância química, não sobrevivem sem seus prazeres efêmeros. Logo, se não consomem, imediatamente sentem-se vazios e entristecidos.

A energia do homem precisa ser canalizada para algo que lhe forneça uma identidade, um papel social. A pessoa precisa ter uma ocupação em que se sinta produtiva, mesmo que não seja remunerada integralmente. Precisa de reconhecimento de seu local no mundo e também precisa transmitir características que são só suas, o que caracteriza a herança cultural de um povo.

Porém, se o meio em que vive dita como, quando e com quem devo fazer algo, toda a espontaneidade acaba. Transformamo-nos em máquinas responsivas, não pensantes, ansiosas e muito angustiadas, pois, apesar dos bens alcançados, não existe realização pessoal real.

Acredito que precisamos sim nos enquadrar socialmente, porém, sem perder o olhar a frente e nem nossa criticidade. É necessário que saibamos o real motivo de nossas escolhas para que não retroalimentemos ciclos e mais ciclos de autossabotagem emocional.

Precisamos sentir mais, mesmo que o sentimento seja ruim. Precisamos questionar mais, mesmo que o rosto do colega não seja o mais satisfeito. Porém, mais do que tudo isso, precisamos viver mais e melhor. Enquanto estamos vivos, podemos aprender e mudar.

Josie Conti

JOSIE CONTI é psicóloga com enfoque em psicoterapia online, idealizadora, administradora e responsável editorial do site CONTI outra e de suas redes sociais. Sua empresa ainda faz a gestão de sites como A Soma de Todos os Afetos e Psicologias do Brasil. Contato para Atendimento Psicoterápico Online com Josie Conti pelo WhatsApp: (55) 19 9 9950 6332

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