Júlia Guglinski

Os cães nunca deixam de amar: ele tinha câncer… ela também…

Os Cães Nunca Deixam de Amar é um livro baseado em uma história real e cheia de nuances sobre escolhas, amor, vida e morte.

Quando a advogada Tereza Rhyne perdeu seus dois cães da raça Beagle e se divorciou pela segunda vez, viu que era o momento de fazer uma viagem reflexiva pela Irlanda e respirar novos ares.

De volta ao lar, conheceu Chris, seu atual companheiro, citado em boa parte de seu livro. Certo dia, uma amiga de Tereza telefonou, oferecendo-lhe uma Beagle prestes a sofrer uma eutanásia se não arrumasse uma nova família. A advogada não pestanejou; já havia tido dois Beagles e conhecia a raça, logo, Seamus foi adotado por ela.

Não demorou muitos dias e Tereza descobriu que Seamus estava com um tumor maligno. A notícia do diagnóstico foi doloroso para ela, que nunca havia enfrentado tal situação. O veterinário lhe daria um ano de vida e as crises que o cãozinho sofria eram devastadoras. Uma dessas crises o levou à emergência, onde sua vida ficou por um fio de esperança. Seamus sobreviveu e deu continuidade ao tratamento.

No decorrer do tratamento, para salvar a vida do Beagle, Tereza sofreu mais um susto aterrorizante: ela foi diagnosticada com câncer de mama. A advogada não esmoreceu, fortaleceu-se no amor e na confiança do seu amigo canino que atravessava pelo mesmo problema. O mais difícil, para ela, foi receber a notícia, afinal, câncer é uma palavra que atribuímos à desesperança, porém, a vivacidade de Seamus era contagiante. Ele enfrentava as dores e o tratamento com disposição e isso impulsionava Tereza.

Cães não têm a mesma percepção de dor que nós, humanos, temos. Eles suportam feridas e continuam abanando suas caudas incansavelmente para nos alegrar e dar força. Houve momentos difíceis, queda de cabelo, dores, insônia, problemas digestivos e suores noturnos, até que, em uma noite, Tereza se levantou durante a madrugada e se viu como um monstro no espelho. Ela não tinha mais forças e esperanças de que um dia tudo poderia voltar a ser como antes, até que Seamus foi até o banheiro e começou a uivar para ela.

O Beagle a salvava de todas as maneiras, substituindo o foco negativo por uma força positiva e imbatível. Um cuidava do outro. O cãozinho passava por sua jornada driblando o destino e mostrando, para sua dona, que a vida continuava, não importassem as circunstâncias. Eles brincavam juntos, ela precisava leva-lo para suas atividades e isso preenchia todo seu tempo e coração.

Mas essa não é uma história com final triste. Seamus mostrou que ainda tinha muito o que viver, respondeu milagrosamente ao tratamento e se curou do câncer, assim como Tereza. Cerca de um ano depois da superação, a advogada escreveu o livro e apoia a utilização de animais junto a tratamentos de doenças. Mascotes são seres iluminados, que nos fazem levantar todos os dias com a certeza de que o amor incondicional existe.

Imagem de capa: Soloviova Liudmyla/shutterstock

Júlia Guglinski

Treinadora e comportamentalista de cães. Atriz de teatro, cantora e compositora.

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Júlia Guglinski

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