Pamela Camocardi

O que acabou foi o relacionamento não sua chance de ser feliz

Acabou! “E agora, José? E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? E agora, você?” (Drummond).

Temos um grande problema em aceitar o fim das coisas. A saída da casa dos pais, o término da faculdade ou assumir que o relacionamento chegou ao fim, são alguns dos fins que relutamos em aceitar baseados em um único medo: a solidão.

De qualquer forma, com ou sem a nossa aprovação, as despedidas acontecem. E, no caso de relacionamentos amorosos, indiferente dos motivos que levem ao término, a separação sempre vem acompanhada de sofrimento.

Por medo da solidão ou do arrependimento do término, fingimos não enxergar os explícitos sinais que o relacionamento dá ao longo dos anos. Mas, a verdade é que, no fundo, sabemos que o fim aconteceu quando os pequenos cuidados foram deixados de lado e não quando um dos dois abandonou a relação.

A gente percebe quando a cama esfria, quando o diálogo vira monólogo e quando a presença não é mais sentida. A gente sempre sente. Mas deixa-se enganar por medo da solidão, por medo de enfrentar a vida sozinho ou, pior, por não ter respostas para as inconvenientes perguntas “por que vocês não deram certo?”

Terminar um relacionamento não é uma das atitudes mais agradáveis do mundo, já que significa sair da zona de conforto e começar uma nova história. O grande problema está na supervalorização da situação, já que as pessoas parecem temer mais a infelicidade eterna do que acreditar em uma dor provisória.

Drummond, em toda a sua sabedoria, dizia que “a educação para o sofrimento evitaria sentí-lo com relação a casos que não o merecem” e o poeta estava, mais uma vez, certo. Se fôssemos capazes de selecionar nossas dores por importância, seríamos muito, muito, mais felizes.

Embora, no processo de cura, o coração traga à tona todos os momentos felizes vivenciados e tente transformá-los em bons, aumentando a saudade e fazendo-nos acreditar em uma possível reconciliação, é preciso focar na cura e entender que, para ter direito a um bom futuro é preciso, primeiro, estar disposto a esquecer o passado.

Sem drama, sem chantagens, sem mágoas. Aceitar que a relação deu certo até aqui, mas que seguirem juntos não é mais possível, é uma forma inteligente de amar. É entender que amor bom é amor próprio e que esse é o único amor que você não deveria temer perder.

Imagem de capa: Zoom Team/shutterstock

Pamela Camocardi

A literatura vista por vários ângulos e apresentada de forma bem diferente.

Recent Posts

SBT explica por que episódio de Chaves ficou quase 50 anos inédito na TV

Episódio especial de Natal de “Chaves” nunca tinha passado na TV aberta (até ontem!) —…

4 horas ago

Saiba como o SBT se saiu no Ibope após trocar Zezé di Camargo por episódio inédito de Chaves

⚠️ Após polêmica, SBT trocou Zezé por Chaves de última hora — e o Ibope…

4 horas ago

Arcebispo de São Paulo se manifesta pela 1ª vez após silenciar Padre Júlio Lancellotti

Você não vai acreditar na justificativa que Dom Odilo deu sobre o caso 😒

5 horas ago

AGORA! Zezé DiCamargo se recusa a se retratar, e filhas de Silvio Santos entram com processo contra o cantor

Você não vai acreditar no montante que o cantor pode perder na Justiça 😱

3 dias ago

SBT acaba de tomar decisão bombástica sobre o Especial de Natal de Zezé Di Camargo

Especial de Natal de Zezé Di Camargo vira dor de cabeça e SBT toma decisão…

3 dias ago