Por Lúcia Costa
Via, todas os dias, aquele homem perambular pelas avenidas quentes da minha cidade. Bêbado, cantava uma música de Altemar Dutra enquanto mendigava por centavos para trocar por cachaça em um boteco frequentado por prostitutas e outros bêbados amigos.
Seu corpo, há tanto sem água e sabão, era um fedentina andante. Alguns dentes haviam caído e os que lhe restavam doíam durante à noite, obrigando-lhe a uivar junto aos cães, naquela antiga estação de trem, onde dormia embrulhado com meia dúzia de jornais velhos.
Em uma manhã de sábado, acordou diferente. Estava sóbrio e queria visitar a mãe que morava em uma cidade próxima. Enquanto seguia para a rodoviária velha, bem na faixa de pedestre, foi atropelado por um veículo dirigido por um bêbado. Caído, olhou o céu, reparou as nuvens uma a uma, observou os pés que se aproximavam, sentiu o calor do próprio sangue lhe aquecer as costas. Seus olhos teimavam em fechar e ele teimava em continuar a olhar o céu. Foi vencido por uma força desconhecida que lhe cerrou as janelas pelas quais espiava o mundo.
Os cães se aproximaram, lamberam-lhe a boca, fuçaram-lhe os pés e uivaram alto. Em pleno dia, os cães emitiram aquela melodia triste, e os bêbados e as prostitutas choravam.
Naquele noite, na velha estação de trem, todos beberam a morte do bêbado e os cães se aqueceram no único bem restado por ele: meia dúzia de jornais velhos.
É impossível não se emocionar com a história profundamente humana e as atuações fenomenais que…
"Ele mandou uma notificação sem autorização judicial informando que os pais dela ou pagarão a…
Dezessete anos se passaram desde que Madeleine McCann desapareceu do quarto de um resort na…
O pai alegou que obrigava seu filho de 6 anos a correr em uma esteira…
Na nossa análise exaustiva, mergulhamos na mecânica do Spribe's Aviator, analisando como o seu formato…
Na madrugada desta sexta-feira (3), a Secretaria de Ordem Pública (Seop) do Rio de Janeiro…