Somos a geração dos homens conquistadores e das mulheres com coração de ferro. “Não se apegue” virou lema e “superação” é a palavra do século. Mas, a verdade é que tudo isso esconde uma grande carência afetiva disfarçada de segurança.

Amor é construção

Sim. É isso mesmo que você acabou de ler. Você pode discordar, maldizer e até retrucar, mas, acredite, amor construído é muito diferente de amor idealizado.

Quando estamos amadurecidos, queremos encontrar pessoas que correspondam os valores que admiramos. Por exemplo: se priorizamos a fidelidade, escolheremos pessoas que também prezem isso. E, como isso se comprova? Na convivência, já que o amor é provado nas atitudes e não nos discursos apaixonados.

O problema é que muitos acreditam que o amor é um dispositivo automático que será ligado no momento que você encontrar a pessoa dos seus sonhos. Grande engano!

Outro conselho errado é o tal do “só case se você amar muito”. Sejamos realistas: ninguém casa amando o outro. Casa-se apaixonado, dispostos, encantados, mas, amando, não. Ama-se na rotina, na superação de problemas, na forma como o outro nos trata… amor é construção de intimidade. Essa idealização de um amor romântico só serve para roteiros de filme e para criar relacionamentos fúteis e superficiais.

Não demonstrar, não significa não sentir

Fazemos parte da geração da exposição. Viajou posta no Instagram, começou a namorar, muda status do Facebook, terminou a relação, reclama no Twitter. Só não conseguimos entender, ainda, que essas atitudes não medem sentimento algum.

Por sermos diferentes, cada pessoa expressa (ou não) os sentimentos de um jeito. Há quem ame expor os sentimentos em outdoor, outros de silenciá-los na alma e, sabe, tudo bem. O que não dá é para medir os sentimentos de alguém pelo silêncio que ele faz.

Algumas pessoas sabem amar, mas são péssimas para demonstrar isso. Não sabem o timing para fazer declarações leves, para ser gentil ou para discutir a relação. E, isso, não quer dizer que não amem em toda a sua essência.
Ela pode estar magoada e não proferir uma palavra sobre isso. Ele pode amar e não querer postar isso em todas as redes sociais. Ela pode sentir o coração acelerar por outra pessoa e, mesmo assim, preferir que ele bata sozinho. Entenda: não demonstrar, não significa sentir.

Sem cuidado, todo amor acaba

Amor exige cuidado. Quando as conversas não passam de um jogo de perguntas e respostas, a presença não faz diferença e o sentimento ficou cômodo é hora de repensar na relação. Como diz Arnaldo Jabor: “O perigo do amor é virar amizade.”

Grosserias diárias não são normais, falta de carinho não é rotina e deixar de admirar não é comum. Amor que se respeite é pau para toda obra. Há respeito na TPM, admiração no sobrepeso e carinho sob o sol de 40 graus. Não tem essa de “amar por conveniência”.

A verdade é uma só: quando não há cuidado, não há interesse em manter.

Às vezes, a gente vai querendo ficar

Nem todo fim é fácil. Muitas vezes, deixamos o barco partir, porque não aguentamos mais controlá-lo diante das tempestades. A vontade era de ficar, de esperar a chuva passar e de voltar a tocá-lo com calmaria. Mas contra a natureza ninguém pode e, na esperança de sobrevivermos, optamos por abandoná-lo.

Amor é como um barco. É preciso deixar ir quem quer e fazer história com quem resolve ficar. Não podemos ser egoístas a ponto de prender pessoas a nós só porque temos medo da solidão. Deixar ir é tão necessário quanto precisar ir.

Ninguém morre de amor

Eu sei que terminar uma relação não é fácil, e nunca vai ser, mas de amor ninguém morre.

Podemos sentir o coração apertar, o sangue ferver e a vontade de sumir aumentar gradativamente, mas todos esses sintomas são passageiros e o que fica é a vontade de ser feliz novamente.

Comprovamos, com o tempo, que o final feliz nem sempre é o que planejamos, mas é sempre melhor do que esperávamos.

Imagem de capa: View Apart/shutterstock

Pamela Camocardi

A literatura vista por vários ângulos e apresentada de forma bem diferente.

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