“Nostalgia é quando a saudade, ao invés de bater, abraça.”

Dia desses, trocava uma ideia com uma colega, quando o assunto se direcionou à família, mais especificamente à sua avó que já havia falecido.

Ela me falou com ternura da proximidade com sua vozinha, o quanto conversavam sobre seus problemas, amores, abobrinhas e de todo amor que tinha por ela. A fala da colega terminou com um “ela era uma linda, uma lindona. A saudade que tenho dela, não é nem de dor, é por ela ser linda mesmo.”

Fiquei encantada com o testemunho da moça, não vou mentir. O episódio me trouxe à memória uma frase de uma moça chamada Mariane W. Murase, que vira pela internet anos antes: “Nostalgia é quando a saudade, ao invés de bater, abraça!”

Tem saudade mais bonita e gostosa do que a nostalgia? Baseando-me nessa definição, penso que não.

A verdade é que somos acostumados a sofrer por tudo o que já gostamos e, por algum motivo, teve de ir. Gostamos de lamentar por nossas perdas, pelo tempo que não volta e pelos lugares que ficaram reservados única e exclusivamente na nossa memória.

Supervalorizamos essa tal saudade que nos bate, aquela que nos dói o coração. Penso que essa lamentação contínua fala muito sobre nós. Claro que o luto é um processo importante e necessário para todos, mas não precisa ser infindável.

Um elemento do qual frequentemente nos esquecemos, por causa desse luto todo, é a gratidão. Para além de chorar pelo que se foi, é preciso ser grato pelo que se teve e se viveu, pelo que foi aprendido e aproveitado.

Precisamos aprender a olhar com ternura e gratidão para o passado, olhar com olhos de nostalgia e agradecer por ter tido a oportunidade de ter conhecido o ente querido, por ter passado por aquela época gostosa, por ter aprendido e evoluído com aquela viagem, e assim por diante.

Ao final da fala da moça com quem eu conversava, comentei o quanto foi bonito ouvi-la falar. Ela me disse, por fim, que era o amor por sua avó que fazia sua fala ficar daquele jeito, bonita. O amor tem dessas. Ele nos dá o dom de transformar saudade dolorida em nostalgia que abraça. Treinemos essa conversão e sejamos mais gratos por sermos capazes disso.

Imagem de capa: Hrecheniuk Oleksii/shutterstock

Mísia Morais

Paraibana (Campinense) estudante de Psicologia que tem a cabeça nas nuvens, pés no chão e um fraco por causas perdidas.

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