Marcel Camargo

Não quero presentes, quero sua presença

Quando estamos nos apaixonando por alguém, conquistando e seduzindo, costumamos nos aproximar com todas as nossas forças, com agrados, alguns mimos, mas, principalmente, com a nossa presença, ficando junto sempre que pudermos, até mesmo mais tempo do que dispomos. Procuramos a pessoa, mandamos mensagens, recadinhos bobos, aparecemos do nada, ou seja, ficamos bem junto de fato.

Infelizmente, com o tempo, após termos já conquistado como certeza quem tanto queríamos, muitos de nós acabamos tomados pelo costume – ah, esse acostumar-se. Talvez o costume seja um dos piores problemas do amor, porque se acostumar, a muitos, implica a diminuição do importar-se, do lembrar-se, do demonstrar, o que leva os relacionamentos ao tédio e ao esfriamento da carga afetiva.

Na verdade, o cotidiano nos impõe um excesso de atividades e de compromissos dispostos em cargas horárias por demais extensas, o que extenua nosso ânimo e lota nossa mente com preocupações e responsabilidades. Preocupados com o que não tem a ver com nossa vida afetiva, deixamos as questões pessoais de lado. Assim, o amor nem acaba encontrando espaço em nossas agendas apertadas.

Por essa razão é que muitos casais acabam se separando, distanciando-se mesmo quando ainda havia amor ali, mas sem demonstrações, sem mensagens, sem mãos dadas, sem o “bom dia” e o “boa noite” com olhos nos olhos. A partir do momento em que a cumplicidade se estremece, o sentimento enfraquece, a confiança diminui, as certezas não mais parecem se sustentar. E, então, mais do que os corpos, as almas se afastam e aos poucos se despedem.

Fato é que não funciona tentar compensar presença afetiva com bens materiais, pois nossa essência não se preenche com nada daquilo que o dinheiro pode comprar. O que prolonga e reaviva o amor é tão somente o estar junto, mesmo que por alguns momentos durante o dia, desde que seja verdadeiro, recíproco e intenso. O amor, afinal, não cobra nada mais do que aquilo que temos dentro de nós, do que é sentido, do que é visto emocionalmente, com os olhos do coração.

Imagem de capa: Bogdan Sonjachnyj/shutterstock

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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