Marcel Camargo

Não queira de volta quem poderia ter ficado e preferiu partir

Imagem de capa: Babich Alexander/Shutterstock

Ficarmos presos emocionalmente, de alguma forma, a alguém que já saiu de nossas vidas, será danoso ao nosso seguir adiante, pois o peso do que é mal resolvido atrapalha a nossa clareza quanto às novas possibilidades que existem por aí.

Por mais que desejemos permanência, por mais que nos doemos, que compartilhemos, que nos disponhamos a dividir o nosso melhor com alguém, algumas pessoas simplesmente sairão de nossas vidas, sem motivo aparente. Amigos ou amores, não poderemos estar seguros de que continuarão caminhando conosco por toda a nossa vida. E isso dói.

Dói o afastamento, seja forçado, seja natural, seja por qual motivo for. Seremos obrigados a nos separar de quem amamos muito, muitas vezes porque a vida assim nos obriga, após o término da escola e da faculdade, quando mudamos de emprego, de casa, de cidade, de planos. Somos todos os momentos que nos preenchem e que devem ser sorvidos enquanto acontecem, porque tudo passa, mas o que fica dentro de nós faz toda a diferença em nosso prosseguir.

Por outro lado, também existirão aqueles que irão embora à nossa revelia, que poderiam ficar, pois queríamos que ficassem, mas, mesmo assim, preferirão nos deixar para trás. Ninguém tem a obrigação de ficar onde não quiser, porém, quem fica também não terá o dever de aceitar a partida alheia, a ponto de voltar a receber de volta quem deixou para trás nada mais do que mágoa e decepção. Teremos que aceitar a decisão de quem foi, para que sobrevivamos, mas resguardando, sempre, a nossa dignidade.

Ficarmos presos emocionalmente, de alguma forma, a alguém que já saiu de nossas vidas, será danoso ao nosso seguir adiante, pois o peso do que é mal resolvido atrapalha a nossa clareza quanto às novas possibilidades que existem por aí. Portanto, é preciso deixar ir quem não quiser mais ficar, embora doa, ainda que machuque, mesmo que leve junto um pedaço da gente. Só não devemos ficar esperando voltar quem quis partir, pois isso acaba com qualquer autoestima, emperrando a felicidade de quem quer que seja.

Embora, muitas vezes, haja reencontros que fazem bem, após um tempo de separação em que ambas as partes se aprimoram e maturam os sentimentos dentro de si, tornando-se, então, prontos para se abraçarem com verdade e despidos de rusgas que já se digeriram em favor de uma volta benéfica, a maioria das separações deverá ser encarada como um fim necessário para um recomeço mais feliz. Trata-se, nesses casos, daquela velha história: se não quis sob chuva, que não volte quando houver sol. Porque certas pessoas simplesmente não mudam. Jamais mudarão.

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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