Ana Macarini

Não desista, muitas vezes é a última chave que abre a porta

A gente vive caindo na tola armadilha de acreditar que os sucessos que colhemos na vida, ou foram obra do caso – um golpe de sorte –, ou foi porque estávamos destinados a eles. Bobagem.

O sucesso no que quer que seja é uma combinação interessantíssima de fatores que, à primeira vista, não se coadunam ou não fazem muito sentido juntos.

É fato que a nossa predisposição ao acerto, cria em nosso cérebro mecanismos de pró atuação na direção daquilo que pretendemos alcançar. Seja o nosso objetivo perder peso, passar num concurso, fazer uma viagem ou simplesmente levar uma vida mais tranquila, o foco no resultado positivo serve como alimento nutritivo às ações que tomaremos dali por diante, desde que tenha sido estabelecido claramente onde queremos chegar. Projetar adiante a conquista, traça à nossa frente estradas e percursos mais eficientes, faz nascer em nosso modo de funcionar, estratégias mais lúcidas. O sucesso fica garantido, então??? Óbvio que não! Mas o fracasso fica como deve ser: ENFRAQUECIDO! E, se por acaso ele vier, virá como quebra de expectativa, não como destruição do sonho.

Muito bem! Então, vamos supor que o primeiro passo foi dado com a mente clara e focada no objetivo. Agora vem a parte da execução. E essa parte, meu amigo, não é para os fracos, não! Exige DETERMINAÇÃO (não teimosia, porque teimosia é uma determinação sem GPS!), e exige RESISTÊNCIA, física e emocional; e… agora vem a parte mais difícil: DISCIPLINA. O percurso para se realizar um desejo que virou meta precisa ser convertido num programa de ações concretas que deem sustentação ao projeto; é uma espécie de esqueleto revestido de músculos bem trabalhados, portanto precisa ser forte, flexível e articulado. Se a sua meta é guardar dinheiro para uma viagem, por exemplo, você precisa ser firme e aprender a dizer não às suas birras consumistas; precisa eliminar os ralos por onde vem escorrendo seu rico dinheirinho e estabelecer um teto mínimo de economia. Parece fácil, mas não é! Sobretudo para quem já se habituou ao stress repetitivo de estourar o cartão de crédito antes para enlouquecer depois. Trata-se de subverter a ordem, planejar o estouro do balão e controlar a agulha… DETERMINAÇÃO, RESISTÊNCIA e DISCIPLINA, o “trio parada dura” que vai te levar à Santorini, à Chapada Diamantina ou ao Caminho de Santiago. Escolha, meu amor… O destino é seu.

E se você acha que está com a briga ganha, porque tem a bola e o campinho, mais a faca e o queijinho… Sinto muito, ainda falta a parte mais importante: FALTA ACREDITAR QUE MERECE! Sim, isso é determinante para se lacrar qualquer tipo de sucesso. E antes que você pense que isso é uma enorme besteira, tente se lembrar das inúmeras vezes em que seus mais queridos desejos foram parar na lata do lixo ou na terra do nunca. É claro que pode ter sido por falta de planejamento, de foco, de determinação, de resistência ou de disciplina. Mas a verdade, a dolorosa verdade é que em 99% dos casos em que tínhamos tudo para dar certo e demos errado, foi por absoluta e feroz auto sabotagem.

Auto sabotar-se é quase uma religião ortodoxa; ficamos fanáticos por criar pequenos entraves internos; verdades petrificadas de menos valia, de não merecimento, de conformismo com a ideia de que “não era pra ser”. Esse veneninho sorrateiro vai se ramificando por nossas crenças, vira uma espécie de pano de fundo para todas as cenas da nossa vida. É esse o nosso maior inimigo, o nosso monstrinho egoísta de estimação que quer tudo para ele e nos faz acreditar que não podemos querer nada para nós.

Esse monstrinho faz a gente chegar à porta do sonho mais sonhado da vida, com o molho de chaves completinho nas mãos, o percurso vencido, as metas cumpridas com disciplina espartana. Só que na “hora H”, quando só falta encaixar a chave no buraquinho e girar, a gente sucumbe ao espírito maligno da auto sabotagem e desiste, mesmo antes de ter esgotado todas as possibilidades. A chave certa está ali, isso é claro como a mais límpida água da mais pura fonte do universo; basta não ceder às ordens dessa minúscula, porém poderosa, voz interna. É nessa hora que você esquece a “boa educação obediente” e grita um belíssimo CALA A BOCA! Pega a última chave do molho, encaixa no segredo, gira, abre a porta do seu sonho e entra nela para ser feliz, enfim! Ahhhhh… e não se esqueça de bater a porta na cara do monstrinho medonho! Da próxima vez é ele que vai ter medo de você, e não o contrário!

Imagem de capa: cena do filme “As Crônicas de Nárnia”.

Ana Macarini

"Ana Macarini é Psicopedagoga e Mestre em Disfunções de Leitura e Escrita. Acredita que todas as palavras têm vida e, exatamente por isso, possuem a capacidade mágica de serem ressignificadas a partir dos olhos de quem as lê!"

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