Lixo gerado no carnaval de rua será transformado em lixeiras sustentáveis

Foram prefeituras de cinco capitais brasileiras que firmaram parceria com Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT) para que o lixo recolhido nas vias ganhasse uma destinação ecológica e retornasse às cidades como lixeiras sustentáveis após os festejos de rua, resultando assim em um carnaval mais sustentável.

O projeto é uma iniciativa da Ambev, a empresa que patrocina oficialmente o carnaval de rua de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Belo Horizonte. Nos cálculos da companhia, as cinco capitais devem ganhar ao menos duas mil novas lixeiras ao final dos festejos de rua. Essas lixeiras serão construídas com parte dos resíduos gerados pelos 26 milhões de foliões que, segundo as estimativas da Ambev, devem participar dos cortejos nessas cinco cidades.

Foram instaladas tendas de reciclagem em todos os maiores circuitos de blocos de rua, com o objetivo de diminuir o impacto ambiental do lixo gerado pelos foliões. As praças foram escolhidas por terem os maiores carnavais de rua do país.

Para dar corpo à ação, a ANCAT e mais duas entidades de catadores cadastraram cerca de 2.800 catadores e catadoras de material reciclável, que já estão atuando nessas capitais na coleta dos resíduos deixados pelos foliões.

“A ideia não é apenas cumprir as metas e compromissos de sustentabilidade traçadas pela empresa para os próximos anos, mas reverter isso em benefícios para as cidades, para que o compromisso ecológico não fique restrito apenas ao período de carnaval”, diz Rodrigo Figueiredo, vice-presidente de Sustentabilidade e Suprimentos da Cervejaria Ambev.

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Catadores que atuam no carnaval de rua fazem a separação do material colhido na passagem dos blocos. — Foto: Divulgação

Para se ter uma ideia, só no primeiro final de semana foram recolhidas 24 toneladas de materiais como alumínio, plástico, papelão e vidro nos maiores blocos de carnaval de rua de São Paulo e Belo Horizonte. 40% desse material é plástico e, por falta de tecnologia adequada no Brasil, pelo menos 20% desse plástico ainda não possuí recurso de reciclagem. É desse material que a Ambev deve construir as duas mil lixeiras que serão usadas nas capitais.

Além de benefício ecológico, a iniciativa também tem se mostrado vantajosa para os catadores que foram cadastrados pela empresa nessas capitais. Em vez de vender o material reciclado para intermediários, a venda está sendo feita diretamente para a Ambev.

“Com a iniciativa, eliminamos em média três ou quatro intermediários, permitindo pagar um valor mais alto pelo trabalho desses catadores”, afirma Rodrigo Figueiredo. “Remunerando esses trabalhadores melhor, a gente também tem incentivado que eles nos tragam outros materiais que, no mercado com intermediários, têm baixo valor e interessa pouco a eles durante a coleta”, comenta.

Entre os materiais de pouco valor a que o representante da Ambev se refere estão as embalagens de plástico, papelão ou vidro, que no mercado chegam a valer até três vezes menos que as latas e lacres de alumínio. Esse valor de mercado se reflete nos índices de reciclagens do País. Enquanto o Brasil lidera o ranking mundial de reciclagem de latas, com quase 98% de reciclagem desses produtos, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas), o índice de reciclagem de garrafas pets de plástico estão em torno de 50%, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet).

“A Ambev tem um compromisso de acabar com a poluição de plásticos gerados pelos produtos da empresa até 2025. Produtos como o Guaraná Antártica já tem 60% dos embalagens recicladas, mas a gente precisa avançar mais e a ação do carnaval é uma dessas iniciativas”, declara o executivo da cervejaria.

 

Com informações de G1







Ana, 20 anos, estudante de Artes Visuais na UNESP de Bauru. Trago aqui matérias que são boas de se ler.