Quem compra café no mercado costuma olhar preço, marca e, no máximo, se é “forte” ou “extra forte”.
Mas 2025 está sendo um ano de alerta: seis marcas de café ou “bebida sabor café” já foram proibidas pela Anvisa, em ações com o Ministério da Agricultura e órgãos estaduais. Em alguns casos, o problema foi sujeira pesada; em outros, promessa milagrosa e empresa sem licença.
A decisão mais recente saiu no Diário Oficial da União em 3 de novembro e atingiu todos os produtos da marca Vibe Coffee, do Espírito Santo. Antes dela, outras marcas já tinham sido enquadradas por motivos diversos – desde uso de matéria-prima de baixíssima qualidade até presença de toxina e falsificação de selo de pureza.
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Até agora, as proibições atingiram:
Alguns desses produtos ficaram conhecidos como “cafés fake”, porque usavam misturas e resíduos no lugar do grão de café de verdade.
No caso de Melissa, Pingo Preto e Oficial, a Anvisa derrubou os produtos em junho. Motivos principais:
Antes mesmo da ação da Anvisa, o Ministério da Agricultura já tinha desclassificado essas marcas como impróprias. Em comunicado, o próprio ministério chegou a dizer que o produto era feito com “lixo da lavoura”, expressão usada para se referir a sobras que não deveriam ir parar na xícara de ninguém.
O Café Câmara entrou na mira em setembro. A Anvisa listou dois problemas sérios:
A Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) também entrou no caso e avisou que o selo de pureza exibido na embalagem era falsificado. Ou seja, além de problema sanitário, havia problema de informação enganosa.
O Fellow Criativo, da Cafellow, foi proibido em outubro. A Anvisa elencou três pontos:
Na prática, era um produto misto, vendido como se fosse café com benefícios funcionais, sem autorização para isso.
Já a decisão contra a Vibe Coffee teve outro foco: estrutura e regularização da empresa.
Segundo a Anvisa, a proibição de todos os produtos da marca se deu por:
Ou seja, o problema não foi só no pó, mas em todo o processo: fábrica, documentação e controle.
Depois das proibições, as empresas foram procuradas pelo g1:
Cafellow (Fellow Criativo) disse que suspendeu comercialização, distribuição e propaganda do produto e que está tomando “providências administrativas e técnicas” para regularizá-lo na Anvisa, com a intenção de voltar a vender. Afirmou também ter “total confiança” na qualidade.
Vibe Coffee declarou que não tem auto de infração ou processo na Anvisa e que foi a própria empresa quem pediu inspeção à vigilância estadual para obter orientação e conseguir o alvará sanitário. Após a identificação de “irregularidades estruturais” e falta de alguns POPs (procedimentos operacionais padrão), disse ter paralisado as atividades para fazer obras e adequações.
Duas Marias (responsável pelo Melissa) afirmou, em maio, que o produto não é vendido nem rotulado como “café torrado e moído” e que se trata de uma “formulação alternativa legalmente permitida”, que não usa exclusivamente grãos de café.
Pingo Preto e Oficial não responderam aos questionamentos. A marca Câmara não foi localizada.
No meio de tanta confusão, vale lembrar o básico: para ser café, o produto precisa ser feito de grão de café.
A legislação brasileira permite até 1% de impurezas naturais (galhos, folhas, cascas) e matérias estranhas em pequena quantidade (como pedrinhas, areia e grãos de outras ervas que aparecem na colheita).
Esse limite existe porque, na prática, nenhum lote vem 100% limpo da lavoura.
Mas a mesma lei proíbe totalmente a presença de:
Ou seja: se tem mistura estranha, adoçante “escondido”, sobra de infusão ou truque pra enganar aparência e sabor, não é café, é fraude – e aí a chance de acabar na lista da Anvisa cresce bastante.
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Fonte: Anvisa
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