É tão fácil resolver problemas que não são nossos

“A força de um problema tem que ver com a força de que dispomos.” (Vergílio Ferreira)

Acontece com todo mundo: alguém vem contar sobre alguma adversidade que está enfrentando ou sobre alguma situação incômoda por que está passando e conseguimos, então, encontrar as palavras certas de consolo, bem como encontramos soluções para suas dificuldades. No entanto, quando se trata daquilo que envolve nossas próprias vidas, acabamos nos sentindo totalmente sem saída.

Quando nos vemos em meio aos redemoinhos emocionais, como protagonistas das tempestades que devastam as nossas vidas, é como se toda a nossa capacidade de reflexão e de ponderação estivesse presa. Não conseguimos vislumbrar nenhuma forma de nos salvar da tormenta, estagnamos frente aos problemas, que nos parecem insolúveis – e isso nos paralisa.

Muitas vezes, por mero orgulho ou até mesmo vergonha, não nos abrimos com ninguém, pois nos agarramos a falsas ideias de que precisamos ser fortes o tempo todo, de que ninguém tem nada a ver com nossos problemas, de que demonstrar fraqueza é feio, é errado. Tememos nos mostrar em toda a vulnerabilidade que também nos define, pois tememos que o outro venha a usar tudo aquilo contra nós.

Infelizmente, ao agirmos dessa forma, acabamos por nos distanciar de quem faz toda a diferença em nossas vidas, de quem nos ama verdadeiramente, a ponto de ficar junto ali no escuro, procurando a luz de mãos dadas conosco. Perdemos chances preciosas de fortalecimento das relações que construímos e que são imprescindíveis ao nosso caminhar em busca da realização de nossos sonhos.

Da mesma forma que somos capazes de ajudar as pessoas, contribuindo com nossas experiências, também nós podemos receber apoio de quem está enxergando o problema de fora. Saber com quem podemos realmente contar nos poupa de uma travessia dolorosamente solitária pelos percalços a que estamos sujeitos. Quando nos abrimos com alguém, o peso das coisas diminui consideravelmente e torna-se mais fácil visualizar a situação, olhando-a de longe, com e como alguém de fora.

Como se vê, é preciso que tenhamos a coragem necessária a um enfrentamento muitas vezes não solitário do que é nosso, pois, quanto mais sozinhos nos sentirmos, mais intensa será a tempestade emocional. Assim como somos capazes de apoiar a quem precisa, também encontraremos ajuda junto a quem sempre estará pronto a nos estender as mãos, clareando o nosso caminhar. Pedir socorro não é vergonhoso, mas negar ajuda, sim, seria imperdoável.

Imagem de capa: Captblack76/shutterstock

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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