Marcel Camargo

Desista de tudo aquilo que já desistiu de você

Talvez uma das maiores dúvidas que temos seja percebermos quando é chegada a hora de promovermos mudanças nos vários setores de nossas vidas. Isso porque a comodidade da zona de conforto em que nos sentimos confortáveis acaba por nos tolher a iniciativa de operarmos a quebra do que aparentemente se encontra instalado em nós. Mudar assusta e requer coragem, mas é vital e necessário.

Temos uma forte tendência a querer que os dias corram sempre na mesma sintonia, no mesmo tom, pois ansiamos, sobretudo, por calmaria e equilíbrio. No entanto, mesmo que aparentemente as coisas possam nos parecer já estabilizadas, nada é imutável, nada deixa de se transformar ao longo do tempo – é assim com as pessoas, é assim com tudo o mais.

As experiências acumuladas, as mudanças de perspectivas, as diferentes direções dos sonhos, as ressignificações de mundo, tudo serve para promover a ampliação de perspectivas. Nesse sentido, as ideias mudam, o mundo se transforma, ou seja, não permanecemos os mesmos, pois vamos também nos transformando ao compasso das mudanças que se descortinam ao nosso redor.

Por isso é que certas coisas vão perdendo o significado e a importância que possuíam para nós, à medida que avançamos no tempo e amadurecemos os nossos pensamentos. A vida corre e, aqui dentro da gente, os sentidos clamam pelo seguir sempre em frente. E prosseguir muitas vezes significa ter que deixar para trás parte daquilo que já tínhamos como certo em nossas vidas.

Não é fácil nem agradável nos libertarmos do que pensamos ser imprescindível em nossas vidas, pois temos a impressão de que não conseguiremos sobreviver sem aquilo tudo. Quer saber? Sobrevivemos, sim, pois fomos feitos para durar, a despeito de toda dificuldade, toda dor e toda desesperança que teimará em ferir os nossos sonhos. Uma vida digna é o que devemos priorizar, longe de coisas, de pessoas e de situações que só servem para nos distanciar de nossas verdades.

É preciso deixar de manter junto gente dispensável, que não faz a menor questão de nos fazer ou de nos ver felizes. É necessário buscar novos empreendimentos e empregos, caso o trabalho seja a pior parte de nosso dia. É urgente a necessidade de darmos um basta na relação, quando nos vemos mergulhados em lágrimas, arrependimentos e súplicas vazias. Mas também é preciso olhar para dentro de nós, percebendo a nossa parcela de responsabilidade sobre todo o mal que nos aflige.

Todos os dias, a vida nos dá várias oportunidades para repensarmos o que fizemos de nossas vidas, para que tenhamos a chance de agir em favor de nossa felicidade. Felizmente, embora muitos não pensem assim, nunca é nem será tarde demais para reiniciarmos a busca pela realização de nossos sonhos. Sejamos, assim, a mudança que queremos para nossas vidas, de mãos dadas com quem nos ama sinceramente, com quem chegou para ficar, com disposição e com verdade.

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

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