Verdadeiras amizades vêm inteiras, recíprocas e ausentes de egoísmos

Imagem de capa: Jacob Lund, Shutterstock

Verdadeiras amizades passam de tudo um pouco. Ultrapassam obstáculos, desavenças de terceiros e desvios propostos pelo destino. Por quê? Porque amizade é um móbile. Atravessa tempestades sem coletar cobranças, sobrevive grandes distâncias sem dar um ultimato de desamor e permanece forte sem o peso da obrigação de ficar.

Temos que cessar esse comportamento de medir amizades em função dos benefícios que elas proporcionam. Amizades apenas são. Nos ombros que choramos, nos sorrisos que dividimos, nas incontáveis histórias que compartilhamos. Experiências legítimas que aquecem, retribuem e prontificam corações dispostos. É só recordarmos de quantas vezes elas estiveram, presentes fisicamente ou não, para os nossos desencontros, quedas e instantes de pausas. Podem não ser tantos amigos, tantos irmãos e irmãos a contar, mas sabemos, os poucos definem o muito.

E uma das coisas mais bonitas que uma verdadeira amizade pode oferecer, é não oferecer nada em troca. Ela simplesmente dá o que pode, como pode. Para ver a outra pessoa feliz, leve e atingindo o seu melhor. Não existem dívidas tardias ou um acobertar dos sentimentos. Quem nós realmente consideramos, sabe dos espaços para franquezas serem expostas e para liberdades serem abraçadas. Qualquer amizade, acima de tudo, é também sintonia.

Qualquer outra junção que julguemos distante desse ritmo de afeto, talvez não seja quem queiramos por perto. Porque supostas amizades surgem embelezadas, prometendo o mundo de possibilidades e, quando acionadas no botão de urgência, desaparecem, fingem não se conhecerem.

Verdadeiras amizades vêm completas, ainda que imperfeitas. Mas elas tentam, continuam e não desistem. Porque são inteiras nas intenções e isso é raridade. Também seguem recíprocas, entendendo sempre que os dias mudam, as pessoas mudam. Quanto aos egoísmos, amizades verdadeiras não reconhecem discursos nos quais só um prevalece.