Um vôo pela cura do câncer-  Ajude a compartilhar. Hoje são eles que precisam de ajuda, amanhã poderemos ser nós!

Manoela, quatro anos e meio, acordou levemente mal-humorada e disse para a mãe, Gisela Moreira Martins Campolina, que sua perna estava quebrada. Estranhando o comentário, já que a menina não tinha nada visível ou palpável e nem havia tomando qualquer tombo, a mãe acariciou-lhe a cabeça e aconselhou que fosse brincar. Começava ali, faz alguns meses, uma fase dura na vida das duas. Bem dura. A sensação de “perna quebrada” tinha nome: sarcoma de Ewing, um tumor ósseo maligno que atinge principalmente crianças na primeira década de vida. Uma doença com alto risco de metástase e, nesse quadro, chances mais limitadas de sobrevida. Quando Manoela foi diagnosticada, um dos pulmões também estava comprometido.

No vídeo acima, produzido pela agência WMcCann, Manoela havia chegado há menos de um mês para tratamento no Hospital de Câncer de Barretos (HCB), vinda de Belo Horizonte (MG). Tinha ainda seus longos cabeços pretos, como pode ser visto nos créditos finais da filmagem com esse simpático avião da solidariedade, confeccionado em papelão e graça num hangar do velho Aeroporto Chafei Amsei, em Barretos, a 440 km da capital.

A cidade foi escolhida pela mãe de Manoela – agora carequinha, frágil e abatida – para tentar fazê-la superar o pesado tratamento que se dá com remoção cirúrgica, quimioterapia e radioterapia. “Era o único hospital no Brasil que oferecia um tratamento gratuito com médicos intensivistas, o que é essencial, porque o paciente infantil fica muito debilitado”, explica Gisele, sem qualquer expressão no olhar. Eu, engolindo em seco, pergunto sobre as expectativas. Ela se limita a acrescentar: “Larguei tudo em Belô e me mudei para cá. Sempre vivi do meu trabalho como fotógrafa e designer… Então, minha vida parou. Não quero imaginar como seria sem esse hospital”.

Os dramas individuais dos pequenos pacientes do HCB, que agradecem à criação de uma linha aérea para Barretos em mais uma etapa da campanha desenvolvida há quase um ano pela WMcCann, interferiram muito pouco no dia gravação. Eles encararam a tarefa com afinco e até como diversão. Afinal, tudo rolou em clima de brincadeira e deixou-os longe da difícil rotina hospitalar, ainda que por algumas horas.

A dupla de publicitários da agência, Rodrigo Guimarães e Bruno Guimarães Silva, que respondeu pela criação da campanha não esconde que se emocionou. E muito. “Um dia antes, uma equipe treinou as falas com as crianças selecionadas entre as que apresentaram mais condições de colaborar”, conta Rodrigo. ” Chegamos para gravar e eles foram fantásticos! Erraram pouquíssimo, e, por isso mesmo, resolvemos deixar os pequenos deslizes. Foi um dia gratificante. O Ricardo ‘Gordo’ Carvalho (diretor especializado em filmes publicitários com crianças da produtora Conspiração Filmes) ficou tão sensibilizado que disse querer empreender uma ajuda mais efetiva para crianças com câncer”. O HCB atende 300 novos casos de cânceres infantis por ano. No Brasil, eles somam 12 mil.

A campanha http://www.voocontraocancer.com.br fez com que mais de 252 mil pessoas reservassem assentos num avião virtual. Ação que causou impacto com milhões de compartilhamentos nas redes sociais. Tanto que o governo federal se comprometeu a investir no abandonado aeroporto de Barretos. E, melhor, a Passaredo Linhas Aéreas, já entregou sua carta de intenção para operar voos regulares para a cidade. A doença é cruel e a solidariedade alivia. Que seja constante.

Fonte indicada: Marília Ribeiro

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