Sobre o amor: primeiro o próprio, segundo o recíproco…

Já parou para pensar como a palavra amor é um conceito com foco sempre ao próximo e não a nós mesmos? Parece que ao nascer trazemos um manual de sobrevivência para esse mundo: nascemos para amar (os outros), a busca pela outra metade deve ser eterna e casar é o principal objetivo da vida.

Com o passar dos anos, você descobre que tudo isso são inverdades que a sociedade criou e, ao romper com esse manual, você é considerado “anormal” e “estranho”.

Algumas pessoas seguem roteiros de vida prontos: cursam a faculdade escolhida pela família; desenvolvem opiniões políticas prontas (ora é de “esquerda”, ora de “direita”, o importante é dar comentários nas redes sociais) e vivem de aparências o tempo todo. Só esquecem que roteiros foram feitos para o teatro e não para a vida real.

Há uma máxima na vida que ensina que só seremos completamente felizes se encontrarmos um companheiro de vida. Nesse pensamento, objetivamos os relacionamentos como prioridade, mesmo que eles não sejam tão bons assim. Vivemos à espera de que os outros nos amem, nos respeitem, nos considerem e esquecemos que esses valores somos nós que nos damos, indiferente da opinião alheia.

Há, até (acreditem) quem coloque seus sentimentos à disposição de quem quiser, jogando sua autoestima pela janela e submetendo-se a viver de migalhas sentimentais. Clarice Lispector tem uma frase que resume bem isso: “O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesmo!”

Provavelmente essas mesmas pessoas não sabem o valor da palavra: reciprocidade. Logo, desconhecem o amor. Ao desenvolver o amor próprio e entender que o “recíproco” precisa existir, você aprende a ser fiel por vontade e não por obrigação. Aprende a pesar as palavras , a dar valor aos detalhes e a sorrir sem motivos.

Começa a não ter medo de enviar mensagens e parecer um idiota. Aprende a não gerar as expectativas de um conto de fadas e entender que a amor não é (somente) poesia. É rotina. É vida. E, por isso mesmo, é amor. A reciprocidade elimina o medo de amar e causa o efeito mais bonito que eu conheço: o respeito mútuo.

Então, pare. Pare de se importar com quem não se preocupa com você. Pare de tentar se adequar aos padrões impostos por quem nem te conhece e entenda que a premissa de “amar é ser amado” deve ser respeitada. Não insista em ficar onde não é bem quisto. Não divida seu vinho com quem não bebe na sua taça. Encontre dentro de si o amor que procura lá fora.

E quer saber? Antes de buscar um amor correspondido, corresponda ao seu próprio.







A literatura vista por vários ângulos e apresentada de forma bem diferente.