Saiba por que a escola te preparou para o fracasso

Por Bruno Maciel

Já notou semelhanças do sistema educacional com a produção numa fábrica? Não é por acaso que temos “séries escolares”, assim como temos produção em série. Assim como um operário se especializa em apertar parafuso e faz isso ao longo do dia inteiro, o professor entra em sala de aula, cospe o que tem que ser “ensinado” aos alunos e, após o sinal, muda de sala e repete tudo para a turma seguinte.

O atual sistema educacional segue modelo criado à época da revolução industrial, e a seu exemplo. Antes disso, não existia escola como temos hoje. Esse sistema foi criado para preparar os alunos para trabalhar na indústria, que gerava a maior parte da riqueza no mundo. Daí a necessidade de se criar um sistema universal de ensino que pudesse suprir as demandas da indústria e preparar as pessoas para “aquele futuro”. Bastante razoável, não?

E nos dias de hoje, onde está sendo gerada a riqueza? O sistema educacional deve preparar os alunos para uma economia baseada na indústria, como há mais de um século? Apesar de sermos completamente dependentes de recursos naturais e dos produtos industrializados, não é mais aí que a riqueza no mundo é gerada. Meu computador e até a mesa sobre a qual ele repousa foram fabricadas na China. Hoje, quase tudo que temos em casa, de móveis a equipamentos eletrônicos foram produzidos na Ásia. Quase tudo pode ser copiado e reproduzido de forma rápida e barata. Isso indica que o processo de fabricação das “coisas” gera pouca riqueza.

Então, afinal, onde a riqueza é produzida hoje? Para que futuro o nosso sistema educacional deve estar orientado? Dou uma dica: pesquise as empresas mais valiosas no mundo. Veja onde estão os salários mais altos do mercado. Seja lá a resposta que você encontre no Google, ela pode ser resumida em uma palavra: inovação.

Vivemos hoje numa economia baseada na inovação. Não se atenha somente à tecnologia da informação, computadores, informática etc. A inovação está presente em tudo, inclusive nos modernos processos da produção agrícola e da indústria.

Nossas escolas estão preparando nossas crianças para uma economia baseada na inovação? Suponho que saiba a resposta. Somos todos frutos de um sistema educacional secular e obsoleto, que pouco se desenvolveu desde seus primórdios. Não é estranho? Vivemos em plena economia da inovação, mas nosso sistema educacional está formando adultos para o mundo de 100 anos atrás.

Para entrar numa universidade, ápice de nossa educação formal, é necessário que o aluno prove seu conhecimento em toda uma gama de assuntos que pouco lhe servirá no futuro. Numa economia da inovação, contudo, ninguém se destaca sendo um generalista. Para adicionar valor ao mundo, é preciso ser bom em algo novo, que ninguém ainda explorou. Se é algo novo, que ninguém criou, estamos falando de CRIATIVIDADE.

Peter Thiel, fundador do Pay Pal, e um tipo visionário, faz a seguinte afirmação em seu livro De Zero a Um:

“No ensino fundamental, somos encorajados a começar a acumular ‘atividades extracurriculares’. No ensino médio, alunos ambiciosos competem ainda mais para parecer onicompetentes. No momento em que o estudante chega à faculdade, passou uma década montando um currículo espantosamente diversificado, preparando-se para um futuro completamente incognoscível. Venha o que vier, ele está pronto – para nada em particular.”

Thiel também indica o que deveria ser feito:

“[…] em vez de perseguir a mediocridade multifacetada e dizer que tem uma formação abrangente, uma pessoa determinada decide o que é melhor fazer e depois faz. Em vez de se esforçar para se tornar indistinguível, procura ser grande em algo substantivo.”

Cada indivíduo tem habilidades únicas e nós, como sociedade, precisamos de um sistema educacional em que as potencialidades individuais sejam lapidadas de forma singular, e não asfixiadas como ocorre hoje. Dessa forma, estaremos habilitando nossos jovens a se inserirem num mundo futuro como protagonistas e não como coadjuvantes. Precisamos de uma revolução na educação. É preciso sair da zona de conforto, quebrar paradigmas, investir na criatividade e na inovação. Do contrário, avançaremos ao futuro com os olhos fixos no retrovisor. Corremos o risco de bater de frente com a realidade.

Bruno largou tudo, foi morar no Uruguai como a Melissa e o Martin, e criou o Blog Vida Borbulhante. Quer ter uma vida mais plena e interessante? Passe lá para conhecer. Curta o Blog no Facebook. Tem um monte de coisa bacana por lá.

Fonte indicada: Brasil Post







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