Precisamos de afinidades: é mais fácil a combinação do que a diferença

Por  Ronaldo Magella

Não digo que jamais iria namorar ou casar, me apaixonar ou amar, alguém que escutasse forró, sertanejo ou axé, ritmos que não tenho o menor apreço, não gosto, escuto ou tenho predileção, então, confesso que seria difícil estar ao lado de alguém que tivesse esse gosto musical e fosse participante ativo de eventos com esse tipo de musica por natureza.

Escrevo sobre isto, pois recentemente uma amiga, que pra mim, por suas fotos nas redes sociais, parecia apaixonada, gostando e querendo bem, como dizem meus amigos, terminou o seu relacionamento, e me confessou que, o motivo foram as diferenças de personalidade, gostos e atitudes.

Ela me disse, ele é muito expansivo, sou muito retraída, ele adora aparecer, sou mais na minha, discreta, ele gosta de barulho, prefiro o silêncio, ele é muito alegre, sou um pouco triste e sombria, foi a confissão que ela me confidenciou, sem olhar nos meus olhos, típico do seu jeito tímido e pouco.

Até bem sei, é verdade, realmente precisamos de afinidades e gostos, semelhanças e cumplicidades, como disse no início, não digo que jamais não aconteceria, mas acho pouco provável, e mais, em verdade até já tentei, mas foi decepção pra mim e pra ela, não dá certo, aquilo que não combina e fica meio torto e precisará de muito esforço para ser suportado, a convivência não é fácil.

Sim, é verdade, existem casais que são diferentes, água e óleo, não se misturam, mas em alguma coisa eles devem parecer, pelo menos do amor, no sentimento, no gostar um pelo outro, na vontade e no desejo de ficarem juntos, ao menos e pelo menos nisso. Claro que não estou dizendo para ficarmos loucos e sairmos por aí procura apenas de quem se encaixa na nossa bola de cristal, a pessoa perfeito e redonda, mas temos que admitir que é fácil a combinação do que a diferença.

Se combinando já nos distraímos e perdemos o controle, brigamos e nos magoamos, ficamos com raiva e discutimos, imagine quando nada de parecido encontramos na outra pessoa? Buscamos sempre o nosso espelho, ou, muitas vezes aquilo que nos falta, queremos alguém parecido, que admiramos ou que venha a nos preencher, nos torne melhores e felizes, ninguém, nenhum de nós quer um desejo de amar ou ficar com alguém que sabe que não terá paz.

É fácil enfrentar o mundo ao lado de alguém que amamos, gostamos e sentimos prazer, na conversa, no jeito, na companhia, e quando temos isso, o mundo é pouco e pequenos, a opinião dos outros pouco nos importa ou afeta, a felicidade em nós, nos torna imunes ao que vem de fora, quando a relação é sólida e consistente, nada e nem ninguém derruba, fere ou mata, mas pra isso, talvez, precisamos de semelhanças e afinidades.​
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Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada.
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