O silêncio é o grito mais forte

O silêncio é o grito mais forte.

Curioso como sempre tentamos nos afirmar com argumentos e explicações, que vão desde as discussões civilizadas e ponderadas, até berros, soluços chiados e muxoxos… E quando a última palavra não é a nossa, que agonia!

– Ah, eu não disse tudo o que queria! Tinha muito mais, e como tinha!
– Desculpe minha sinceridade, mas eu sou assim mesmo…Não é grosseria, é meu jeito!

Sim, todo mundo quer deixar sua marca, ver o outro com a cara no chão, sem argumentos, virar com classe e ir embora deixando o silêncio da última palavra dita, discussão fechada, batalha vencida, final de uma história, laços rompidos… Nessa hora, parece desvantagem não ter voz, não bater o martelo do leilão, não dar um murro na mesa e um grito de “agora você vai me ouvir”.

Mas será que realmente é prejuízo segurar uma ofensa, um demérito, uma confidência, lamentação, xingamento, súplica, uma palavra mal dita, mal encaixada, mal pronunciada?

Dizem que o que a gente guarda para si, um dia pode virar uma doença, como um veneno circulando e fazendo seus estragos. Eu me pergunto se o que a gente fala e não guarda, não é justamente a mesma coisa, sendo que vamos propositalmente atingindo os outros, muitas vezes fazendo para machucar, para ferir, adoecer…

Quisera soubéssemos agir no meio termo de tudo. Calar, digerir, selecionar, descartar e seguir. Quisera não tivéssemos essa vocação para advogar em causa própria ao menor descontentamento.

Argumentar muitas vezes resolve, outras, nem com reza forte.

Poderíamos pensar em alguma regras, para poupar esforços e frustrações:
– Você foi alvo de fofoca? Provocações? Injustiças? Deslealdade? Indiferença? Agressões?
– O quanto vale à pena rever essas situações e se concentrar em debatê-las?
– Quanto tempo e energia você vai concentrar nas respostas? Com qual intenção? Vai melhorar as coisas ou rolar a bola de neve para que aumente um pouco mais? Vai conseguir transformar algo a seu favor?

Quem fala mais alto aqui, afinal?

O silêncio. O silêncio é o grito mais forte!







Administradora, dona de casa e da própria vida, gateira, escreve com muito prazer e pretende somente se (des)cobrir com palavras. As ditas, as escritas, as cantadas e até as caladas.