O problema não é odiar na Internet. É não amar na vida.

Pensemos juntos. Não foi a Internet que inventou os haters, essa gente com o cérebro do tamanho de uma ervilha que dedica seus dias a buscar o que odiar por aí. Ela existe desde sempre. No primeiro dia do mundo já tinha alguém por aí insultando, perseguindo, manipulando, ofendendo e fazendo todas essas coisas próprias dos cretinos. Isso não é de hoje.

As redes sociais apenas amplificaram o expediente e facilitaram o trabalho dos odiadores, sobretudo porque eles não precisam mostrar a cara nem o nome para fazer das suas, escondidos em pseudônimos e apelidos que só confirmam sua falta de criatividade.

Agorinha mesmo, tem alguém babando fúria nos comentários de uma postagem alheia, vociferando idiotices nos sites de notícias, maldizendo celebridades em seus perfis sociais e o pior: fazendo tudo isso enquanto empunha o salvo-conduto de que tudo isso é um puro e simples direito seu. O sujeito dispara absurdos inúteis para todo lado e depois justifica que só está exercendo o seu “direito de expressão”.

Mais uma vez, confirma o tamanho diminuto de seu cérebro atrofiado. Com tanta coisa nesta vida merecendo reflexão e ponderamento, o sujeito exerce o seu direito de se expressar atacando a opinião alheia, sua orientação sexual, seu jeito de vestir e de pensar. Enfim, investe sua energia odiando o outro sem mais.

Tem nada não. Fiquemos à vontade. Agora, eu tenho a impressão de que o problema não é o excesso de haters nas redes sociais, não. É a falta de lovers na vida real. É a escassez de amantes amando franca e deliberadamente neste mundo de Meu Deus.

Eu acredito. Quanto mais amor a gente pratica em nossas relações pessoais – amor de verdade mesmo, no duro, no olho no olho, nos gestos gentis de cada dia, nas atitudes diárias, na vontade de ajudar, no cuidado com o outro, no pedido de perdão depois do erro, no empenho de acertar – mais a gente se fortalece e mais enfraquecidos ficam os bobocas habituados a atirar pedra no telhado dos outros.

Sei lá. Eu só acho que a melhor forma de combater um hater na Internet é ser um lover na vida. E essa é uma tarefa para cada um de nós. Se não estamos ajudando a tornar o mundo melhor, estamos ajudando a torná-lo pior. Eu só acho.

Imagem de capa: Photographee.eu/shutterstock







Jornalista de formação, publicitário de ofício, professor por desafio e escritor por amor à causa.