Ninguém poderá realmente te ferir no dia em que você verdadeiramente se amar

Por Sílvia Marques

Achamos que nos amamos. Achamos porque desejamos coisas boas para nós. Desejamos um bom emprego, uma vida social animada, uma casa confortável, alguém para amar e nos amar.

Porém, se alguém nos rejeita, nos ofende injustamente ou ignora a nossa presença, sentimos a atitude desagradável penetrar a nossa carne como a lâmina muito fina e muito fria de um punhal mortal. Por quê? Porque lá no fundo, em uma parte escondidinha do nosso coração, acreditamos que por alguma razão a ofensa tem o seu fundo de verdade e demos lá os nossos motivos para sermos rejeitados ou ignorados.

Concordo que às vezes realmente pisamos na bola e recebemos o troco. Não me refiro a este tipo de situação. Me refiro a um tipo de contexto em que você é educado, gentil, prestativo e leva torta na cara sem saber o porquê.

Nunca entenderemos realmente as reais motivações das pessoas. Cada um de nós é um universo complexo e vasto, cheio de obscuridades, muitas vezes, para nós mesmos. Se em muitos casos não compreendemos nem os nossos sentimentos, como poderemos entender com clareza os alheios?

O mais importante é não se subjugar porque o outro não nos aplaudiu, virou a cara quando sorrimos e não respondeu ao nosso bom dia. O mais importante é não se recriminar porque o outro não simpatiza com a gente, não concorda com o nosso jeito de ser e prefere conversar com outras pessoas. O mais importante é não se culpar porque quem amamos não nos amou. Você não é sem graça só porque quem você amou não viu encanto algum em você. Você não é a última das mulheres ou o último dos homens só porque quem você amou, preferiu namorar alguém que você considera um/uma idiota ou até mesmo preferiu ficar sozinho/sozinha.

No dia em que você se amar mesmo, para valer, a opinião de ninguém contará tanto assim porque lá no fundo o que importa mesmo é como nos vemos e como nos acolhemos.







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