Do lixão até Harvard

Este é Justus Uwayesu, um garoto que traçou a trajetória de um órfão vivendo no lixão até tornar-se um aluno da conceituada universidade americana Harvard. Tinha somente 3 anos de idade quando seus pais morreram em razão de uma guerra, um verdadeiro genocídio, onde aproximadamente 800 mil pessoas tiveram o mesmo destino…morte. Em seu país, Ruanda – África, distinguem-se dois grupos étnicos: a maioria hutu e o grupo minoritário tutsi. O genocídio foi um massacre do grupo hutu contra o tutsi.

Sempre procurando por abrigo e comida, vivendo mendigando pelas ruas sem receber o suficiente para sobreviver com seus outros três irmãos ( um irmão e duas irmãs ), viu como única solução viver num lixão em volta da cidade. Chegou a ficar mais de um ano sem tomar banho. Segundo ele lá não tinha chuveiro, e encontrar água era difícil, assim sendo, tomar banho era tarefa impossível. Seu único objetivo do dia era procurar alimentos para viver o dia seguinte.

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Justus Uwayesu em sua infância

Certa vez uma assistente social americana, Clare Effiong, fez visita ao depósito de lixo. Com a chegada de uma estrangeira todas as crianças foram ao seu encontro, esperando ganhar algo, Justus Uwayesu ficou quieto. Curiosa sobre o motivo ela perguntou ao garoto, por que não veio? ele respondeu: É por que meu único desejo é estudar.

Rapidamente foi colocado em uma escola de seu país, onde desde o princípio destacou-se dos outros alunos pela inteligência, era o melhor da sala. Estudando em Ruanda ele aprendeu Inglês, Francês, Suáili e Lingala, ajudando ainda a fundar uma entidade beneficente para alunos pobres do ensino médio. Pelas suas notas conseguiu pegar uma vaga na escola especializada em ciências.

Prosseguindo com seus estudos, entrou no programa de caridade de uma instituição do Arkansas que prepara jovens para entrar na universidade. Dentre os melhores alunos selecionados por Harvard do continente Africano, em toda história da universidade, até então apenas uma garota era de Ruanda. Mas desta vez foi diferente, das 25 vagas destinadas a África, três garotos de Ruanda foram selecionados por ter aptidão, dentre eles estava Justus Uwayesu.

Ele relata que quase morreu certa vez, enquanto buscava por alimentos um trator despejou lixo dentro de um buraco, quase foi soterrado. Vários foram os dias sentindo terror, com medo dos perigos imagináveis pela mente de uma criança, tinha muito medo de viver desprotegido. Sua moradia era um carro abandonado em meio ao lixão, dividido com seus irmãos.

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Genocídio em Ruanda

Quando ia para a cidade mendigar observava um mundo intocável, era o mundo das crianças carregando livros e saindo da escola. Gostaria de fazer parte deste mundo, mas lhe parecia improvável. Para piorar as crianças do colégio quando o viam lhe chamavam de ” Nayibobo ” tendo significado em sua língua de garoto esquecido. Uma lembrança constante do esquecimento do mundo em relação à sua pessoa. Mas ele estava enganado, o futuro reservava pessoas caridosas e com intenção de auxiliar.

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Justus Uwayesu em Harvard

Agora ele está fascinado pela cultura americana, deseja aprender mais sobre ela. Estranha o fato de lá ter mendigos, pois em sua visão o país é tão próspero que é praticamente impossível diferenciar quem é rico e quem é pobre, acredita que é o país das oportunidades. Acha também que a vida é muito frenética, as pessoas são aceleradas, fazem tudo rapidamente, até seus movimentos são rápidos. Em sua terra natal as pessoas são mais lentas.

Seus amigos de quarto estão ajudando a se adaptar.

Fonte: Quer café?– matéria publicada com autorização da página que libera a reprodução.

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