Errar é sinal de maturidade

Hoje, aos 37, eu percebo que vivi muito tempo numa espécie de conflito interno. Sempre me mostrei para o mundo como uma pessoa mais sóbria. Nunca usei roupas muito estilosas. Evitava manifestar minhas opiniões mais extremas. Na hora do recreio, na escola, ficava sempre com um grupo pequeno de amigos, em vez de me misturar com a galera. Na dúvida, escolhia sempre a opção mais “clássica”: de roupa, de opinião, de comida…até de namorada.

Lembro que esperava sempre o melhor momento para quase tudo. Seja para fazer uma pergunta ao professor, ou para azarar as meninas. Eu não era muito inibido, mas me interessava pelas garotas mais tímidas, e aguardava sempre o “momento certo” para dar um primeiro passo. Só ia “na boa”… Várias vezes fui embora pra casa com dúvidas, e perdi algumas namoradas na adolescência.

No fundo, eu era outra pessoa. Acho que eu não sabia disso. Na verdade, enquanto meus colegas usavam roupas de grife, eu queria usar um chapéu descolado. Eles queriam visitar Miami, Nova Iorque e Paris, eu queria viajar para a África, só pelo prazer de ver e sentir o diferente. Eu gostava mesmo era das meninas mais maluquinhas, que usavam roupas coloridas e provocavam os professores com perguntas inconvenientes. Meu verdadeiro eu até se manifestava às vezes, mas geralmente se recolhia quando percebia os olhares tortos.

Hoje, percebo que eu tinha medo. Medo das opiniões, dos julgamentos alheios, da rejeição. Esperava o “melhor momento” para minimizar os riscos da exposição. Acontece que sempre fomos ensinados a evitar os erros, e não a conviver e aprender com eles. Desde pequenos, somos adestrados. O acerto é premiado. O erro é castigado. Às vezes, duramente.

Acho que não sou o único a ter aversão ao erro. Alguém mais já se viu esperando “uma oportunidade mais propícia” para dar um passo importante em direção a algo que deseja?  Quem sabe largar o emprego e finalmente tentar correr atrás dos seus sonhos? Ou tirar aquele plano pessoal da gaveta? Geralmente, só damos o passo decisivo deliberadamente quando temos segurança suficiente de que todas as variáveis estão na condição ideal. Ou seja: praticamente nunca!

No meu processo de mudança de vida, observei que o “segredo” para alcançar meus sonhos é errar. Errar bastante, se for preciso. Se passássemos a aceitar o erro com mais naturalidade, veríamos a imperfeição como um estágio e não como um estado. Nunca pensamos como o erro nos constrói. O erro não é o vilão. Ele nos lembra que somos humanos, nos transforma, e nos orienta.

O bom ou o ruim, o certo ou o errado, o perfeito e o imperfeito, na maioria das vezes, são apenas opiniões. Quando me permiti vivenciar o erro, saí da inércia, deixei pegadas, acrescentei vida aos meus dias. Abri as portas para novas experiências, novas pessoas, novas amizades. Algo mágico aconteceu. O mais curioso é que nem errei tanto assim. O medo do erro nos trava mais do que o erro em si. Depois de um tempo, olhei para trás e me perguntei: “- como pude hesitar tanto? Como pude esperar tanto para fazer algo que me faz tão bem?”

Custou um pouco, mas eu mudei. Larguei meu “bom emprego”, mudei de país, mas não antes de conhecer a África, o Timor Leste e até o Paquistão. Não conheci a Melissa na adolescência, mas ela adora usar roupas coloridas, tem um quê de descabelada, e é daquelas que prefere perder o marido a perder a piada!

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Bruno largou tudo, foi morar no Uruguai como a Melissa e o Martin, e criou o Blog Vida Borbulhante. Quer ter uma vida mais plena e interessante? Passe lá para conhecer. Curta o Blog no Facebook.