E quando o preconceito nos atinge?!

Desde que largamos nossa vida antiga e iniciamos nosso blog, temos recebido muitas mensagens de apoio e incentivo. Essa energia positiva que recebemos nos permite manter a chama acesa, e seguir adiante. Permite-nos sentir que, de alguma forma, estamos conseguindo nos conectar com as pessoas. Nos momentos de dificuldade, então, as palavras de incentivo nos permitem, cada vez mais, manter-nos firmes e enfrentar com mais serenidade os feedbacks negativos, as críticas acirradas e muitas vezes, veladas (veja nossa Dica Borbulhante #2).

Algumas pessoas não aceitam que dois adultos possam largar bons empregos em busca de algo tão impalpável. Elas olham torto e pensam: “que irresponsabilidade!”, “que loucura!”, “estão querendo viver a adolescência?!”, “no mundo adulto é preciso assumir responsabilidades!”.

Primeiro, esclarecendo, não estamos fugindo da responsabilidade, muito menos, de viver a vida de “forma adulta” (seja lá o que isso queira dizer). É preciso muita responsabilidade, sanidade, maturidade para arriscar. Você precisa confiar muito no seu “taco” para ter a certeza de que qualquer problema é superável, qualquer dificuldade é administrável e que, no caso do emprego fixo, a gente consegue outro, se precisar.

Mas, em segundo lugar, chamo para o questionamento: quem disse que a vida TEM que ter um roteiro pré-definido e que esse roteiro deve ser seguido por todos? Quem disse que aos 35 anos de idade é muito tarde para sonhar? Quem disse que, por eu ter um filho, não posso tentar uma alternativa para minha vida? Pelo menos tentar uma vida que me permita ser um exemplo mais coerente e saudável para ele?!

Para a sociedade, ter sucesso na minha idade significa ser casada com um homem decente (sim, o cara tem que ter um bom currículo de vida, ser sério, comprometido etc), ser mãe (de preferência de um menino e uma menina que tenham idades próximas, que sejam lindos, comportados e que durmam a noite toda), ter casa própria (ou estar atrelada a um financiamento), ter um bom emprego (com estabilidade, mas, não serve qualquer um…tem que ser algo socialmente bem cotado) ter um bom carro, fazer uma viagem internacional por ano (de preferência para Estados Unidos ou Europa… para a Guatemala nem pensar) e, o que mais???? Ah, sim, no meu caso, por muitos anos, foi ter cabelo liso. Cheguei a ser vítima de bullying pelos meus cabelos crespos… Mas, parece que cabelos crespos, ultimamente, estão em alta… então, está tudo bem agora! 😉 E assim por diante… É impressionante como a sociedade em cada esquina da vida está ali pronta para te pressionar, avaliar, comentar e sempre sob a ótica mais discriminadora e deturpada possível.

Parece que, se um de nós sair do sistema, uma luz vermelha, um sinal de alerta é acionado: “Há um vazamento, precisamos impedir antes que todos fujam, enxerguem a vida com outros olhos e consigam ser felizes”. Já pensou se as pessoas realmente buscarem caminhos alternativos e alcançarem sua felicidade? Isso significaria que os outros que permaneceram no caminho mais conservador estavam errados. Jamais permitirão que isso aconteça. Meu deus, que caos!!

Mas a verdade é que cada vez mais e mais pessoas têm mencionado que o sistema de vida vigente não lhes satisfaz. É preciso estabelecer uma nova forma de viver, de fazer a máquina funcionar, colocando as pessoas acima do sistema e respeitando e valorizando a diversidade que somos.

Assim como na época dos colonizadores, em que as pessoas pegavam navios e saíam desbravando o mundo à procura de novos horizontes, Bruno e eu estamos tentando buscar novos horizontes. Viajar para outro país ajuda a conseguir vislumbrar novas possibilidades e desintoxicar do sistema, mas não é obrigatório. Afinal, o novo horizonte que estamos buscando não é físico. Queremos encontrar uma forma de viver que nos permita ter mais qualidade, que nos permita apreciar a vida. Queremos respeitar o nosso tempo e a nossa necessidade de seguir o coração. É por isso que gosto tanto de um poema do Paneloviski, vocês conhecem?

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Ao me lançar para uma nova vida, decidi seguir o coração. Mas ao contrário do que pode parecer, refleti bastante, ponderei, analisei alternativas… A mudança somente ocorre quando as pessoas passam a demandar, exigir algo diferente. E se queremos algo diferente, necessariamente seguiremos um caminho menos trilhado e mais sujeito a criticas. E para quem olha torto e emite um juízo, é só esperar… Quando a gente for maioria, eles vão decidir se juntar e colher os louros de nossa luta. É sempre assim! Depois da dificuldade, os “amigos” sempre aparecem para dar um abraço e tirar uma foto! 😉

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Engenheira, mãe e lutadora inveterada por uma vida mais plena e com mais sentido. Co-criadora do Vida Borbulhante. Largou tudo, deu um salto no vazio e foi morar no Uruguai com o Bruno e o Martin. Ela busca incentivar as pessoas a viverem uma vida com mais propósito.