A diferença entre amar e estar carente…

Por favor, não confunda amar com carência. Amar é calma, serenidade e encontro. Carência é pressa, posse e desencontro. Nenhum relacionamento dá certo quando mistura-se ambas. O resultado é quase sempre catastrófico e deixa marcas de difícil cicatrização.

Não sei como andam os seus sentimentos. Se estão tranquilos, agitados ou em transição. Mas uma coisa é fato, se você não estiver dando conta deles, fique na solidão. Tire um tempo para você. Não é um atestado de fracasso não amar, longe disso. Na verdade, quem não está amando outra pessoa no momento tem sorte. Sorte porque sabe aproveitar a própria companhia. Porque entende sobre não escolher um suporte só para estar com alguém. Na carência, o primeiro sinal de carinho vira motivo para ser “um amor para vida inteira”. Será? Existe amar nisso?

Com o tempo, o suposto carinho transforma-se nos piores detalhes da carência. O controle constante, a obsessão emocional em ter de volta o que foi cedido, a luta diária para estar perto apenas por comodidade. Relacionamentos tocados na base do “assim que eu quero”. Seja razoável. Amar não é sofrimento. Se dói e incomoda tanto ao ponto de você perde-se de vista, infelizmente, a carência sobrou mais do que deveria. E quando ela permanece, qualquer fuga é confundida com amar.

Presta atenção, amar é saudade. E saudade é saudável. Mas, quando trocada pelos jogos, abusos psicológicos e outras mandingas amorosas, é só você caindo na carência de quem não está dando valor para si. Porque amar é ter, todos os dias, um gosto de tranquilidade ao lado de alguém. É ter o olhar sereno para encarar um relacionamento sem falsas promessas.

Amar é ver a própria sorte sendo duplicada. Pelo amor de você e pelo amor para você. Enquanto isso, estar carente é ter o grande azar de precisar pedir presença sem o comprovante de reciprocidade.

Imagem de capa: Andrii Kobryn, Shutterstock